Quem realmente conduz as decisões estratégicas do governo?

Porto Velho, RO - O Centro Político Administrativo (CPA) do Governo de Rondônia atravessa um de seus momentos mais delicados. O que antes era tratado como rumor de bastidor agora assume contornos de conflito interno estruturado, com acusações cruzadas, desgaste público de autoridades e uma disputa silenciosa por espaço e influência.

Nos corredores do poder, cresce uma pergunta incômoda: quem realmente conduz as decisões estratégicas do governo?

O “Mindinho” do CPA e a estratégia do desgaste

Entre servidores, assessores e observadores políticos, um apelido passou a circular com frequência: “Mindinho” — referência direta ao personagem Petyr Baelish, conhecido por prosperar no caos, manipular narrativas e enfraquecer adversários sem aparecer.

Segundo relatos de bastidores, desde que assumiu posição estratégica no CPA, esse personagem teria recebido a missão informal de desqualificar figuras centrais do governo, especialmente nomes ligados à segurança pública e à saúde.

Alvos do desgaste político

Fontes ouvidas pela reportagem apontam que, nos bastidores, passaram a circular narrativas negativas sistemáticas envolvendo:
o Comandante da Polícia Militar, Coronel Braguim;
o Secretário de Saúde, Coronel Jefferson Rocha;
e o Secretário de Segurança, Coronel Vital.

Essas narrativas, segundo interlocutores do próprio governo, não surgiram de forma espontânea, mas teriam sido alimentadas e reforçadas em ambientes políticos, redes informais e canais de influência.

No caso do comandante da PM, relatos indicam que sua imagem passou a ser associada, em conversas internas, a fragilidade de comando e descontrole, enquanto o secretário de Saúde passou a ser apontado como responsável por praticamente todos os problemas estruturais do governo, independentemente de sua origem.

Já o secretário de Segurança, segundo observadores, tem adotado postura discreta, evitando exposição direta. “Ele aparece pouco, circula rápido, cumpre agenda e some”, descreveu uma fonte, comparando a estratégia a uma curuja: voa à noite e desaparece de dia.

O pano de fundo: ambição política

O que estaria por trás dessa guerra silenciosa?
Nos bastidores do CPA, a leitura predominante é política.

A hipótese mais recorrente é que o “Mindinho” local teria ambição clara de ocupar a vice-governadoria, mirando, no futuro, o comando do Executivo estadual. Para isso, enfraquecer lideranças fortes seria parte do método.

Fontes próximas ao núcleo político admitem: habilidade estratégica não falta. O problema é que, do outro lado, também existem grupos experientes em articulação, dispostos a reagir.

Narrativas como arma de poder

O ponto central da investigação não é provar culpados, mas entender o uso de narrativas como instrumento político. No CPA, a percepção é de que a guerra não se trava com documentos oficiais, mas com versões, vazamentos seletivos, insinuações e desgaste contínuo.

Para analistas políticos, trata-se de um jogo clássico:

“Quem controla a narrativa, controla o ritmo do poder.”

O risco institucional

O maior alerta, segundo especialistas ouvidos, é o impacto institucional. Quando disputas pessoais passam a orientar decisões estratégicas, a governabilidade é afetada, políticas públicas travam e o foco sai do cidadão.

O silêncio oficial só amplia a desconfiança.

Pergunta que segue sem resposta

No fim das contas, a pergunta continua ecoando pelos corredores do CPA:

o “Mindinho” conseguirá seu intento, ou o jogo virou e o arquiteto do caos será engolido pela própria estratégia?

Na política, como na ficção, quem vive do caos raramente controla o final da história.