Há dois anos, um avião de uma subsidiária da Venezuela pousou na Argentina e, por suspeitas dos EUA, ficou detido

Porto Velho, RO - A Venezuela anunciou ter fechado o espaço aéreo para qualquer voo da Argentina, após desentendimento de anos sobre o destino de um Boeing 747 da Emtrasur, uma subsidiária venezuelana.

Na tarde dessa terça-feira (12/3), o chanceler da Venezuela, Yván Gil, usou o X (antigo Twitter) para comentar a proibição à Argentina.

“A Venezuela exerce plena soberania sobre o seu espaço aéreo, e reitera que nenhum avião, proveniente ou com destino à Argentina, poderá sobrevoar o nosso território, até que a nossa companhia seja devidamente indenizada pelos danos causados, após as ações ilegais realizadas, apenas para agradar aos seus tutores do norte”, escreveu.

Gil acusou o governo argentino, de Javier Milei, de ser “neonazi”, e chamou o porta-voz do outro país, Manuel Adorni, de “cara de tábua”.

O chanceler acrescentou que a Argentina recebeu avisos sobre “seus atos de pirataria e roubou contra a Venezuela”. Adorni, por sua vez, alegou ter tomado medidas “diplomáticas” contra o governo do “ditador” Nicolás Maduro, mas não especificou quais serão as consequências aos venezuelanos.

Entenda

Em 2022, o Boeing 747 foi detido por autoridades da Argentina ao pousar em Córdoba. A aeronave transportava peças automotivas vindas do México, mas recebeu um pedido dos Estados Unidos para ser parado por uma suposta ligação com a Guarda Revolucionária do Irã.

As autoridades liberaram a tripulação, composta majoritariamente por venezuelanos e alguns iranianos, mas o avião recebeu ordens de ficar na Argentina enquanto o caso era discutido.

No último mês, a Justiça concluiu que houve violação em uma normativa dos Estados Unidos para exportação, e o governo argentino teve de entregar o Boeing aos Estados Unidos.

O cumprimento da ordem irritou Maduro, que trocava insultos com Milei e optou por restringir os voos do país.

Fonte: Metropoles