'Fátima de Tubarão' estava nos atos golpistas em BrasíliaFoto: Reprodução/Twitter

A bolsonarista Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, filmada durante os ataques golpistas que ocorreram nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8, foi presa nesta sexta-feira, 27, pela Polícia Federal (PF). A prisão ocorreu em Santa Catarina, durante a terceira fase da Operação Lesa Pátria, segundo informações do Blog do Fausto Macedo, do Estadão.

Maria de Fátima ficou conhecida como 'Fátima de Tubarão' após imagens dela em meio à destruição de uma das sedes dos Três Poderes viralizar na internet. No vídeo, a idosa aparece sorridente, vestindo a bandeira do Brasil, e é parabenizada por um dos terroristas. "Quebrando tudo e cagando nessa bosta aqui", disse ela. “É guerra. Vou pegar o Xandão, agora”, afirmou a idosa em seguida, se referindo ao ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Após o vídeo viralizar foi descoberto que ela já foi condenada por tráfico de drogas com envolvimento de menor de idade na porta da sua residência no município de Tubarão, em Santa Catarina, conforme apontou reportagem do jornal Extra Classe.

A idosa foi detida em 14 de janeiro de 2014 por policiais militares que faziam rondas pelo bairro. Ela foi abordada pelos PMs depois de ter chamado e atendido alguns usuários de drogas, enquanto varria a frente de sua casa de madrugada. Ainda segundo o Extra Classe, ela chegou a colocar a culpa em um adolescente, que foi confirmado como cúmplice. Na ocasião foram apreendidas 27 pedras de crack.

Outras denúncias

‘Fátima de Tubarão’ ficou presa na penitenciária feminina da cidade no decorrer do processo e teve a pena fixada em 3 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão em regime inicial aberto, após entrar com recurso e obter a redução de pena. Ela foi proibida de frequentar “casas noturnas, bares, danceterias, bailes e congêneres” e condenada a prestar serviços comunitários.

Ainda conforme aponta o jornal, entre as alegações feitas no recurso, a idosa disse que sofria de depressão e, por esse motivo, varria a frente de sua residência todas as noites. Contra ela, também há denúncias de falsificação de documentos e estelionato.
Operação Lesa Pátria

A Operação Lesa Pátriao tem o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por pessoas que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições.

Ao todo estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal.

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Segundo a PF, as investigações continuam em curso e a operação se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.