Jornalista Carlos Sperança

Reinventar o Brasil


Em apreciado artigo na revista portuguesa Veredas, o professor Berthold Zilly, da Universidade Livre de Berlim, atribuiu ao livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, a “reinvenção do Brasil”. Há pouco, em magnífica entrevista a O Estado de S. Paulo, o empresário Denis Minev, da rede Bemol, disse esperar que a Amazônia “seja o lugar onde o Brasil se reinvente, onde possamos voltar a pensar grande”.

Jogado atualmente em posição de “pária” no contexto internacional, com doenças em expansão, pobreza aumentando, carestia infernizando, obras paradas, verbas cortadas e reformas truncadas, o Brasil perde precioso tempo com brigas entre seitas sem perceber que ao seu redor o mundo vive uma séria crise e o ano de 2023 promete muitas dificuldades.

Nos debates, nota-se mais a intenção de cada candidato de se vangloriar de feitos reais ou fictícios e ofender ou ironizar o outro que propor soluções para os desafios que virão. Se os políticos pensassem menos no próprio umbigo e mais no país aceitariam uma sugestão de Minev: planejar o desenvolvimento de cérebros, “pois nenhum país se desenvolveu sem eles”.

São esses talentos que faltam para descobrir as chaves para a riqueza da Amazônia, que por ora perde (ou deixa de ganhar) dinheiro por falta de conhecimento sobre como aproveitar melhor a floresta com menos perdas.

Eleições 2022

Com dois grandes institutos apontando empate em 45 por cento de intenções de votos entre o governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) e Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) o rondoniense vai as urnas neste dia 30 para desempatar a peleja, lembrando aos caras-pálidas rondonienses que as empresas de pesquisas jogam mais limpo na última pesquisa que diga-se de passagem deverá sair na próxima semana. Recordo que nas pesquisas do primeiro turno os resultados apontavam uma vitória expressiva do governador e sua turma já falava em vitória em turno único - e nas urnas a coisa ficou quase no empate.

Guerra no marketing

A qualidade do marketing do governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) melhorou muito nos últimos dias com novas propostas –inclusive a do Corujão da Saúde - para acelerar as cirurgias eletivas atrasadas – e conseguiu finalmente utilizar as imagens do presidente Jair Bolsonaro a seu favor. Mas ainda falta uma “bala de prata” para reverter uma tendência acentuada no interior pró-Marcos Rogério, seu adversário que também é beneficiado pelo número 22 do presidente. Teremos uma reta final emocionante, torcida brasileira. Não dá para vacilar.

Rodovia alternativa

A duplicação da BR 364 com pedágio até as lideranças governistas não aceitam e já estão colocando a boca no trombone. Imagine um caminhão que transporte grãos pagar R$ 700,00 numa viagem de Vilhena a Porto Velho, nos postos de pedagiamento? Um automóvel de passeio pagar a tarifa de quase R$ 400,00 neste mesmo trajeto? A proposta da construção de uma rodovia alternativa, paralela à BR 364, ligando o Cone Sul Rondoniense a região de Nova Mamoré, passando pelo Vale do Jamari, iniciada pelo ex-governador Ivo Cassol e defendida pelo candidato Marcos Rogério ligando Rondônia de ponta a ponta e descongestionando a BR 364 se apresenta como algo mais exequível.

Boa estreia

Em substituição ao deputado estadual Jair Montes (Avante-Porto Velho), afastado na recontagem de votos pela justiça eleitoral o suplente Wilians Pimentel (MDB-Porto Velho) estreou no Poder Legislativo estadual já marcando território como um parlamentar oposicionista. Ser oposição na Assembleia Legislativa é raro, pois lá predominam os parlamentares avestruzes, omissos na fiscalização dos atos do executivo. Por este motivo uma cambada deles não se reelegeu no recente pleito sendo que alguns já projetando disputas as prefeituras municipais em 2024.

Eleição suplementar

O Clã Donadon que tem perdido seguidas eleições a prefeitura de Vilhena busca a reabilitação com a candidatura da ex-prefeita Rosani (PSD), derrotada também na disputa de uma cadeira a Câmara dos Deputados no recente pleito de 2 de outubro. Agora vai enfrentar na eleição suplementar o delegado Flori (Podemos) também com as asas avariadas pela derrota a Câmara Federal. Tiveram a votação quase equivalente, com Rosani superando o adversário por poucos votos. É uma revanche em Vilhena marcada para o dia 30 de outubro, mesmo dia do segundo turno ao governo.

Via Direta

*** Impressiona a estiagem no Rio Solimões e afluentes no Estado do Amazonas. Uma das maiores já vistas na região amazônica lembrando a tragédia da seca de 2014 *** Gente, confiram como aumentou o preço da banana nos supermercados da capital rondoniense nos últimos dias. Já não é possível usar a expressão, “barato como preço da banana”. É coisa de louco *** Começaram as chuvas e já se vê ruas alagadas em algumas regiões da cidade de Porto Velho. Ainda existe muito para se fazer no combate as alagações com drenagem e macrodrenagem nas regiões mais baixas da cidade *** Já estamos encerrando o ano de 2022 e não se vê nem a conclusão dos projetos técnicos da nova rodoviária de Porto Velho *** Muda governador, muda prefeito e a coisa continua no mesmo.

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