Mariana Carvalho falou ainda sobre sua trajetória e principais propostas de campanha. Entrevistas com candidatos ao Senado seguem até 13 de setembro.

Porto Velho, RO - A candidata Mariana Carvalho (Republicanos), que disputa o Senado Federal por Rondônia nas Eleições 2022, falou em entrevista ao g1 e BDRO, nesta quarta-feira (7), sobre suas principais propostas e bandeiras de campanha.

É a primeira vez que a Rede Amazônica sabatina aqueles que concorrem a uma vaga no Congresso. A rodada de entrevista acontece até o dia 13 de setembro.

As entrevistas são feitas pela jornalista Dislene Queiroz. São 20 minutos ao vivo durante o programa Bom Dia Rondônia (que inicia às 6h30), e depois o candidato responde mais 30 minutos de perguntas no g1.

Em entrevista ao jornal Bom Dia Rondônia, a candidata ao Senado falou sobre educação, meio ambiente, causa indígena, economia e transparência (assista a íntegra acima).

Um dos temas abordados no bate-papo foi sobre a possível cobrança de mensalidade em universidades públicas. Mariana diz ser contra essa proposta.

"Eu sou contra essa cobrança nas universidades públicas. Isso é um grande desafio que nós temos, principalmente pra fazer com que essas crianças, que muitas vezes estudaram em escolas pública, não tiveram uma oportunidade de estarem numa escola ou ter ali um desenvolvimento financeiro para pagar uma faculdade particular, a nossa própria legislação já atribui essa condição de dar um ensino público de qualidade e assistência à educação.

Então hoje eu sou favorável que não seja cobrada na universidade pública custo algum para os nossos estudantes e que todos tenham oportunidades ao estudo e a entrarem numa universidade pública", diz.

A candidata ao Senado também disse ser a favor de cotas para o ensino superior, principalmente as sociais.

"Temos que lembrar que muitos desses jovens que entram numa universidade, eles precisam ter essa oportunidade. Porque muitos desses jovens não tiveram a mesma oportunidade de ensino, não tiveram ensino de qualidade e muitos deles tiveram que trabalhar para levar o sustento dentro de casa. Imagine esses jovens, que tiveram que trabalhar e estudar, e entrarem dentro de uma universidade.

Não conseguiram ter uma dedicação exclusiva, não conseguiram fazer um cursinho pré-vestibular, então por isso eu sou a favor dessas cotas sociais pras universidades públicas", ressaltou.

Ainda durante a entrevista, Mariana Carvalho, que é atual deputada federal por Rondônia, respondeu sobre a polêmica emenda que ganhou o apelido de "orçamento secreto" no Congresso.

"Eu sou contra, acredito que o dinheiro público tem que haver uma transparência. E a gente precisa principalmente dar uma igualdade. Nós temos um Brasil muito diferente e eu falo que dentro de um próprio Brasil nós temos vários 'Brasis'.

Rondônia tem uma questão diferente de outros estados e não podemos deixar com que muitas vezes um relator ele tenha prioridade em fazer as escolhas ao parlamentar que ele vai atender, ao estado que ele vai atender, e isso ficando muitas vezes de uma forma indiscriminada que a gente não consegue saber para onde foi o recurso, quem recebeu o recurso, qual estado vai ser beneficiado.

Enquanto isso, muitas vezes estados que têm uma necessidade maior precisam desses recursos e acabam ficando ali esquecidos ou tendo recursos e repasses menores a cada área, que seja na educação ou saúde. Então hoje acredito que essas emendas do relator, e que são destinadas de uma forma muitas vezes sigilosa, elas não são boas para o país. Nós precisamos dar uma igualdade na distribuição e principalmente transparência ao dinheiro público", pontuou.

Já ao g1, a candidata Mariana Carvalho falou sobre a conciliação entre agronegócio e meio ambiente, através dos marcos regulatórios da regularização fundiária e do licenciamento ambiental (assista acima a íntegra da entrevista) .

"É possível e é necessário a gente conseguir fazer essa conciliação. Acredito que hoje o que precisa no nosso país é diálogo e agente se colocar também de um lado e de outro entender que nós temos um desenvolvimento econômico, principalmente o agronegócio, que aqui em Rondônia gera renda, gera emprego, ajuda no desenvolvimento econômico e nós somos um exemplo do agro pro mundo.

Inclusive tivemos aqui recentemente a Rondônia Rural Show, que movimentou mais de R$ 3 bilhões em negócios. Isso é muito importante para o nosso estado, atraindo olhares de todo o mundo. E também lembrando que é importante a gente ter questões que foquem também para o meio ambiente", ressalta.

A candidata ainda acrescentou: "Hoje a gente vive num período de queimadas e nós temos que ter a responsabilidade. Porque a legislação permite 20% de queima controlada da área, mas muitas vezes não conseguimos fazer com que essa queima seja controlada, por uma questão da regularização fundiária.

A regularização fundiária tem que ser uma prioridade. E eu como senadora, chegando lá no Senado, continuarei trabalhando para que possamos regularizar e dar o título próprio".

Perguntada sobre um projeto no Senado que prevê porte de arma de fogo para integrantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) que participam de fiscalizações, Mariana Carvalho diz ser a favor do armamento a esses servidores, desde que haja uma preparo e treinamento.

"Hoje a Funai ela tem um papel importante, ela acaba ali ficando na linha de frente, e muitas vezes colocando a vida em risco. Gostaria muito que a gente não tivesse chegando a esse assunto, mas infelizmente o que a gente vê também são notícias diárias de casos acontecendo e envolvendo muitas mortes.

Por isso eu acredito que se tiver uma orientação, preparo, é possível e é preciso (também necessário) que eles tenham ali de estarem armados e seguro para se protegerem e protegerem também a vida das pessoas que estão envolvidas", ressalta.

Quem é Mariana Carvalho

Atual deputada federal de Rondônia, Mariana Fonseca Ribeiro Carvalho de Moraes tem 35 anos e nasceu em São Paulo, capital.

Mariana é formada em Direito no Instituto Luterano de Ensino Superior de Porto Velho (ULBRA) e em Medicina no Centro Universitário Aparício Carvalho (Fimca).

Sua trajetória política começou em 2008, quando foi eleita vereadora de Porto Velho. Em 2014 ela se candidatou como deputada federal e venceu, com 60.324 votos. Nas Eleições gerais de 2018 foi reeleita deputada, obtendo 38.776 votos pelo PSDB. Em 2022 ela anunciou candidatura ao Senado pelo Republicanos.

Entrevista com os candidatos ao Senado em RO

Os sete candidatos confirmaram participação nas entrevistas do Bom Dia Rondônia e g1. Todos tiveram representantes que assinaram uma ata com as regras dos encontros.

Confira a ordem das entrevistas com os candidatos ao Senado:

05/09 (seg) - Expedito Júnior (PSD)
06/09 (ter) - Jaqueline Cassol (PP)
07/09 (qua) - Mariana Carvalho (Republicanos)
08/09 (qui) - Acir Gurgacz (PDT)
09/09 (sex) - Jaime Bagattoli (PL)

Fonte: G1/RO