Operação prendeu mais de 50 suspeitos de integrarem facção em Rondônia. Segundo PF, integrantes se mantêm unidos para fazer outros crimes no estado, além do tráfico.

Porto Velho, RO - Um fuzil semiautomático está entre as armas apreendidas pela Polícia Federal (PF) durante a operação Conúbio para prender 50 integrantes da facção PCC em Rondônia.

A operação foi iniciada na última terça-feira (20) para cumprir 104 mandados judiciais em seis cidades de Rondônia: Porto Velho, Ariquemes, Cujubim, Cacoal, Espigão D'Oeste e Vilhena.

Ao todo, a 1ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho autorizou 50 prisões e 54 buscas e apreensões em endereços de pessoas que tinham algum envolvimento com a facção.

Em um dos imóveis, segundo apurado pelo g1, foi encontrado um fuzil semiautomático com alto potencial de alcance. A arma possivelmente era usada pela facção em roubos.

Ainda durante a operação Conúbio, os policiais federais apreenderam uma pistola Taurus G2C com a numeração raspada.


Operação Conúbio, da PF, prendeu mais de 50 integrantes de facção em RO — Foto: PF/Reprodução

Um Inquérito Policial (IPL) já foi aberto na Polícia Federal e a investigação vai seguir em andamento, inclusive com o periciamento das armas apreendidas.

Advogado na facção

Um advogado foi preso, durante a operação da PF em Rondônia, por ser faccionado ao PCC. Segundo informações obtidas pelo g1, o advogado preso era faccionado do PCC e sua 'função' dentro da organização era facilitar a comunicação entre integrantes presos e os líderes da facção em Rondônia.

A polícia descobriu que o homem usava sua carteira da OAB para acessar presídios estaduais e lá pegava "recados" de faccionados para levá-los aos integrantes da facção que estão soltos.

Durante um mandado cumprido no endereço do advogado, os policiais encontraram dezenas de cartas escritas por presidiários e enviadas aos líderes do PCC.


Uma das cartas enviadas por faccionados para integrantes do PCC — Foto: Reprodução

Muitas destas cartas eram 'aperfeiçoadas' pelo advogado para ajudar os faccionados destinatários, inclusive com digitação correta das palavras no WhatsApp ou envio de áudios transcrevendo fielmente as frases da carta.

Operação Conúbio

Segundo a PF, a denominada facção era responsável por fazer o tráfico de drogas interestadual a partir do estado. Dentro da organização havia uma estrutura onde cada integrante tinha a sua 'tarefa'.

O esquema foi descoberto em agosto do ano passado, após análise dos materiais colhidos através de outra operação, a Ônix.


Presos na operação Conúbio, da PF, em Rondônia — Foto: Reprodução/g1

À época, a PF e Departamento Penitenciário Federal (DEPEN) buscavam apurar uma tentativa de homicídio contra um suposto PRF. O crime tinha sido planejado pela facção criminosa de Porto Velho.

Diante dessa investigação, a PF descobriu que "os integrantes do grupo criminoso se reuniam, de forma constante, em conferências coordenadas pelos líderes sediados no estado de São Paulo".

Ainda conforme aponta as investigações da operação Conúbio, os integrantes se mantêm unidos para fazer outros crimes em Rondônia, alguns deles planejados de dentro de presídios.

Fonte: G1/RO