A banda de música da Polícia Militar é um organismo sólido de promoção da cultura musical

Porto Velho, RO - Com um repertorio de músicas variadas, de blues, jazz, sertanejo e popular brasileira, hino e canções, a Banda de Música da Polícia Militar de Rondônia realizou ontem, 20, à noite, no palácio das Artes, em Porto Velho, um concerto musical, para comemorar os 78 anos de criação.

Participaram militares das Bandas de Música da Polícia Militar de Rondônia, Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e das PMs dos Estados de Roraima e Acre, além de músicos civis convidados. “Hoje é dia de festa, temos certeza da beleza e grandiosidade da banda”, disse o coronel PM Rone Herton, subcomandante-geral da Polícia Militar de Rondônia.

O surgimento da Banda de Música da Polícia Militar de Rondônia, conforme a historiadora Yeda Borzacov se deu com a criação do contingente militar de fronteira.

Em 1932, organizou-se a primeira banda de música militar, sendo esta integrada à Guarda Territorial por ocasião da constituição da banda de música da recém-criada corporação militar do Território Federal do Guaporé. Essa banda de música criada por meio do Decreto nº 19 de 13 de setembro de 1944, teve como primeiro comandante, Milton Carvalho de Queiroz, oficial do exército e amante da boa música.


Divulgação

Seu primeiro mestre foi José Piedade, que passou a regência a Antônio Pires Dantas, ex-policial militar do Amazonas que chegou a Porto Velho atendendo convite do governador Aluízio Pinheiro Ferreira. Antônio Pires Dantas merece menção honrosa na história da musicalidade rondoniense em face da contribuição prestada à organização e ao desenvolvimento da banda de música bem como pela formação de novos músicos, além de ter composto a partitura de “Céus do Guaporé”, a pedido do Juiz José de Melo e Silva, hino adotado como oficial do Estado de Rondônia, em 1981. Hoje a Banda está sobre a regência do tenente PM Mus Fredson Ferraz.

De ontem e hoje, a mesma emoção. A banda de música da Polícia Militar é um organismo sólido de promoção da cultura musical, conferindo em face da sua atuação e presença, uma imagem altamente positiva à Polícia Militar.

Apelidada como “a furiosa” a banda foi trilhando a história. Desde sua primeira apresentação a banda marcou sua presença com a emoção levada por cada nota tocada, aplaudida de pé pelo público, se transformando em sucesso absoluto e depois de mais de cem anos (contando dos primeiros registros não oficiais da banda) continuam levando a quem ouve, a mesma emoção.

A historiadora Yeda Borzacov, ainda ressaltou a importância da Banda de Música que incontestavelmente, disse ela, “a tradição da musicalidade brasileira, integra o patrimônio artístico de uma cidade”, citando o consagrado musicólogo paraibano, Andrade Muricy, que costumava exclamar que no campo da arte, uma cidade desprovida de banda de música, “é um deserto de agreste e aridez”.

A banda abrilhantou vários eventos, como na solenidade de derrubada da última árvore na BR 364, onde hoje é o município de Vilhena, e nas festividades referentes ao aniversário da proclamação da independência da república boliviana.



















Hino e patrimônio

Em 1981 foi realizada a gravação da primeira versão do Hino Céus de Rondônia, com a arranjos do Maestro Chiquinho de Morais. Em 2018 a Banda de música foi declarada Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado por intermédio da lei 4.293 e, no ano seguinte, sendo declarada Patrimônio Cultural do município de Porto Velho, por meio da Lei nº 2574/2019.

A banda tem memória. Mas assim como de tempos outros, em que o som rasgava o céu límpido invadindo as janelas abertas das casas, ainda é formada por meninos e pais de famílias. Banda que sempre emociona gentes de todas as idades, velhos e crianças; homens e mulheres; emoção que não escolhe local seja no campo ou na cidade. Banda que emocionou, emociona e SE emociona.

A verdade é que a banda de música traz vida aonde chega.

Fonte: Diário da Amazônia