Documento de 98 páginas foi elaborado pelo juiz conservador Samuel Alito
Abaixo estão os principais trechos expostos pela minuta do juiz conservador Samuel Alito.
A DECISÃO ROE VS. WADE, DE 1973, QUE GARANTIU O DIREITO AO ABORTO NO PAÍS, TERIA ATRAPALHADO O DEBATE POLÍTICO SOBRE A QUESTÃO NOS EUA
"Na época da decisão, 30 estados ainda proibiam o aborto em todas as fases. Nos anos anteriores a essa decisão, cerca de um terço dos estados havia flexibilizado suas leis, mas a Roe encerrou abruptamente esse processo político. Ela impôs o mesmo regime altamente restritivo a toda a nação e efetivamente derrubou as leis de aborto de todos os estados."
A DECISÃO SERIA INCONSTITUCIONAL
"Acreditamos que Roe e Casey [decisão que referendou Roe] devem ser anuladas. A Constituição não faz referência ao aborto, e tal direito não é implicitamente protegido por qualquer disposição constitucional."
ROE E CASEY TERIAM INFLAMADO O DEBATE PÚBLICO SOBRE O TEMA
"[A decisão] Roe estava flagrantemente errada desde o início. Seu raciocínio foi excepcionalmente fraco, e a decisão teve consequências danosas. E, longe de trazer um acordo nacional para a questão do aborto, Roe e Casey inflamaram o debate e aprofundaram a divisão [da sociedade]. É hora de prestar atenção à Constituição e devolver a questão do aborto aos representantes eleitos do povo."
Manifestantes protestam contra possível mudança de entendimento na Suprema Corte dos EUA em relação ao aborto, divulgada pelo site Politico Moira Warburton/ReutersMAIS
"A conclusão inevitável é que o direito ao aborto não está profundamente enraizado na história e nas tradições da nação. Pelo contrário, uma tradição ininterrupta de proibir o aborto sob pena de punição criminal persistiu desde os primeiros dias do direito comum até 1973."
A DECISÃO, PORÉM, NÃO IMPEDIRIA QUE LEGISLADORES APROVASSEM LEIS QUE LEGALIZASSEM A PRÁTICA
"A compreensão histórica de nossa nação sobre a liberdade ordenada não impede que os representantes eleitos do povo decidam como o aborto deve ser regulamentado."
O JUIZ REFUTA A IDEIA DE QUE AS MULHERES NÃO TERIAM 'PODER POLÍTICO'
"Nossa decisão devolve a questão aos órgãos legislativos e permite que mulheres de ambos os lados, no que diz respeito ao aborto, procurem afetar o processo legislativo, influenciando a opinião pública, pressionando legisladores, votando e concorrendo a cargos. As mulheres não estão sem poder eleitoral ou político."
Fonte: Folha de São Paulo
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