Com duas frentes de serviço, Rondônia Rural Show dá destinação correta aos resíduos
Dentro do parque Vandeci Rack, em Ji-Paraná, espaço que funcionou, de segunda-feira (23) a sábado (28) como Centro Tecnológico e de Inovação para o agro, foram distribuídos pontos de coleta seletiva com lixeiras destinadas para lixo orgânico e reciclável, e dois contêineres para os rejeitos não reaproveitáveis que são destinados ao aterro sanitário.
A coleta dos resíduos reaproveitáveis foi realizada pela Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Ji-Paraná (Coocamarji), e os rejeitos não aproveitáveis foram destinados ao aterro sanitário pela MFM Soluções Ambientais, empresa que opera o aterro sanitário do município. A iniciativa conta com o apoio do Governo de Rondônia através da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), da Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Agricultura – Semeia.
Para o secretário da Seagri, Janderson Dalazen, a iniciativa mostra o compromisso do Estado em encontrar soluções inteligentes para os resíduos. “Demos exemplo em sustentabilidade, pois além da recuperação de três nascentes, fizemos o tratamento correto dos resíduos”, ressalta Dalazen. O trabalho integrado para manter a feira limpa e dar a destinação sustentável ao lixo gerado também foi destacado pela coordenadora da feira, Regiane Lucas.
Resíduos não reaproveitáveis são destinados para o aterro sanitário de Ji-Paraná
CERTIFICAÇÃO
O gerente do aterro sanitário de Ji-Paraná, Caique Santana, explicou que o lixo orgânico, que não tem aproveitamento, foi destinado aos dois contêineres instalados na feira, cada um com capacidade para 30 metros cúbicos, o que consegue armazenar de 20 a 25 toneladas, e de lá diariamente, transportado para o aterro sanitário.
‘‘Nos planejamos para fazer o serviço da melhor forma possível. Conseguimos manter a feira limpa e organizada, em conjunto com a cooperativa que fez todo o trabalho de reciclagem, e ao fim da feira a empresa, que é uma certificadora, irá certificar a Rondônia Rural Show como uma feira totalmente sustentável, que destinou todo o seu resíduo de maneira correta’’, disse.
A empresa que já atua em Ji-Paraná desde 2019, também opera aterros sanitários em Vilhena e Cacoal, chegando a atender 35 municípios, alcançando assim 75% dos municípios do Estado. ‘‘Os aterros sanitários são considerados a maneira mais correta de destinar resíduos sólidos urbanos’’, explica Caique Santana.
Celso Luiz Moulaz encontrou na reciclagem a fonte de renda para sustentar a esposa e cinco filhos, após ter ficado desempregado
RECICLAGEM
Conforme a Coocamarji, o material reciclável gerado na 9ª Rondônia Rural Show corresponde ao que é coletado em um mês de trabalho. Segundo o presidente da Coocamarji, Celso Luiz Moulaz, a Cooperativa recolheu até sexta-feira (27) 11 toneladas de resíduos, e após triagem, o aproveitamento foi de 60% desse volume.
‘‘Agradeço pela oportunidade que foi dada para mostrar serviço. O nosso trabalho começa cedo com os catadores fazendo coleta nas ruas e estandes e só termina à noite quando fazemos toda a limpeza das ruas, recolhendo todo o resíduo’’, disse o presidente.
Para o presidente da cooperativa, que viu na reciclagem de resíduos a oportunidade para manter a esposa e cinco filhos, há 25 anos, quando ficou desemprego, o trabalho de sustentabilidade da Rondônia Rural Show é uma iniciativa importante que valoriza os que se dedicam na missão de dar a destinação correta aos resíduos.
André Luiz Moulaz, líder da ONG Recicleiros, que trabalha em a parceria com a cooperativa, explicou que além das lixeiras de coleta seletivas distribuídas ao longo do parque, foi feito um trabalho prévio de conscientização dos expositores sobre o lixo reciclável e foram entregues sacolas verdes para a separação dos resíduos.
Dentro da feira, o material é coletado e recebido, e depois é destinado à unidade de processamento. ‘‘Parabéns pela organização. Essa é a primeira Rondônia Rural Show com coleta seletiva, é um divisor de águas para gestão sustentável da feira. A geração de resíduo faz parte da humanidade, e o que temos que saber é como gerir isso. O reciclável não tem que ser aterrado, tem que virar riqueza’’, considera André.
A catadora de recicláveis, Luzinete Biuzat, está otimista com o reforço da renda a partir do volume de resíduos gerados na feira
LIMPEZA
O público presente também elogiou a limpeza da feira. ‘‘Foi feita uma organização muito boa, pois foram colocadas lixeiras e está muito limpa a feira’’, considera a funcionária pública Leda da Costa.
‘‘É importante esse trabalho de coleta seletiva do lixo, pois a feira é um evento com grande fluxo de pessoas, e com esse serviço ela fica bonita, limpa e o mais importante a reutilização da matéria-prima, o que ajuda a não poluir o meio ambiente’’, disse o servidor público Gabriel de Souza.
Para o operador de máquinas, Willians Souza, o serviço desenvolvido gera bons resultados para a economia e também para o meio ambiente. ‘‘É importante, pois ajuda os catadores e ainda mantém o ambiente limpo’’, considera.
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