“É incrível como os líderes da França e da Alemanha estão inadvertidamente abrindo caminho para novos atos de violência da Rússia", disse um oficial estoniano. (Foto: Reuters)

Porto Velho, RO - As divisões internas na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estão ficando cada vez mais evidentes, a despeito do discurso a aliança militar de que está "mais unida do que nunca" contra a operação militar especial russa na Ucrânia.

De um lado, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, ligaram para o presidente russo, Vladimir Putin, na tentativa de encontrar uma solução para os grãos bloqueados nos portos ucranianos.

O telefonema aconteceu dois dias depois que o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, também discutiu o assunto com Putin, na tentativa de aliviar uma crise global de alimentos.

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No entanto, a abordagem diplomática é rechaçada nos países bálticos, que têm adotado uma postura radicalmente anti-Rússia desde o início do conflito na Ucrânia.

“É incrível como os líderes da França e da Alemanha estão inadvertidamente abrindo caminho para novos atos de violência da Rússia... Como é possível que nem Paris nem Berlim tenham aprendido com a história? Por que se presume que Putin, atualmente travando uma guerra contra um grande povo europeu, pretende cumprir qualquer promessa?” perguntou Marko Mihkelson, chefe do comitê de relações exteriores do parlamento estoniano, conforme o Financial Times.

Mihkelson, invocando uma frase que Macron usou anteriormente para descrever a Otan, perguntou se os líderes franceses e alemães não estavam “com morte cerebral”.

Ele acrescentou: “Macron e Scholz devem desligar o telefone e marcar uma viagem para a Ucrânia com pressa. Espero que suas ações peculiares não sejam motivadas pelo medo de perder influência na Europa democrática na qual a Ucrânia certamente entraria depois de vencer a guerra”.

Gabrielius Landsbergis, ministro das Relações Exteriores da Lituânia, disse no domingo, 29, que a Rússia "deve ser isolada" enquanto países ao redor do mundo, incluindo Índia, Austrália, Japão, Coreia do Sul e a "pequena Taiwan" (que não é um país), observam com ansiedade o que aconteceu na Ucrânia. “Dar ao ocupante a chance de ocupar território significa que isso pode ser repetido em outros lugares”, acrescentou.

Artis Pabriks, vice-primeiro-ministro da Letônia, disse no Twitter: “parece que há um número de chamados líderes ocidentais que possuem necessidade explícita de auto-humilhação em combinação com total distanciamento da realidade política”.

Fonte: Brasil247