Allan Mesquita

Porto Velho, RO - O vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), anunciou que pretende se colocar à disposição do partido para disputar a segunda vaga ao Senado Federal em 2026, defendendo uma chapa pura do PL e o afastamento de políticos que, segundo ele, “surfam no bolsonarismo” apenas por conveniência eleitoral. Até o momento, das duas vagas em aberto para as eleições do ano que vem, apenas uma é preenchida pelo partido, com José Medeiros. A expectativa é que a dobradinha fosse feita com alianças partidárias.

A declaração vem em meio à troca de farpas entre o governador Mauro Mendes (União) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que trocam ofensas desde o fim de semana. Mendes chamou Eduardo de “louco” e disse que ele “fala bosta” ao defender as tarifas impostas por Donald Trump contra o Brasil. O parlamentar respondeu chamando o governador de “frouxo” e “político de bosta”.

Para Ranalli, o episódio reforça a necessidade de o PL manter independência e coerência ideológica nas próximas eleições.
“O PL já tem pré-candidato ao governo, que é o Wellington Fagundes, e no Senado o José Medeiros. Eu já conversei com Wellington. Me coloquei à disposição, se precisar de soldado para ocupar a segunda vaga de Senado pelo PL puro, para não abrir para ninguém, estarei à disposição. Se for abrir, dessa maneira de críticas, não tem condição”, afirmou o vereador.
Ranalli destacou que tanto ele quanto o senador José Medeiros (PL) são bolsonaristas de primeira hora e que o partido tem força suficiente para lançar duas candidaturas próprias ao Senado. “Medeiros e eu estamos desde o começo no bolsonarismo. Como são duas vagas e o PL fez mais de 60% dos votos, nada mais justo que termos dois candidatos, chapa pura ao Senado”, disse.

O vereador também reforçou apoio à pré-candidatura de Wellington Fagundes ao governo, afirmando que as recentes declarações de Mauro Mendes serviram para “esfriar” a tentativa de aproximação entre o governador, seu pretenso candidato ao Executivo Estadual, Otaviano Pivetta (Republicanos) e o grupo bolsonarista.
“Após a briga de agora, seguirei apoiando a candidatura de Fagundes. Nossas pesquisas internas sempre mostraram isso. As falas do Mauro colaboraram para dar uma esfriada no grupo que tentou aproximar. Acreditamos que uma opinião do Bolsonaro ser pré-Pivetta será ruída, se o Eduardo falar ao pai dele”, concluiu Ranalli, em referência à possibilidade de Mendes tentar apoio do ex-presidente para Otaviano”, avaliou.
Ranalli informou ainda que irá encaminhar uma carta ao presidente estadual do PL, Ananias Filho, formalizando sua disposição para disputar o Senado.
“Vou fazer uma carta para o Ananias, me colocando à disposição da segunda vaga. Sei que me figuro como pré-candidato a federal, mas tranquilamente eu disputaria. Temos que esperar a ordem da nacional, há muito jogo político envolvido, posicionamento do Valdemar Costa Neto, alianças do ano que vem, e a opinião do presidente Bolsonaro”, explicou.

Fonte: Gazeta Digital.