
O presidente Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal
Porto Velho, RO - Diante da crise de relacionamento entre Congresso e governo, exposta principalmente pela indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal, o presidente Lula (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), devem se encontrar na manhã de quarta-feira 26 no Palácio do Planalto.
O senador é um dos convidados da cerimônia de sanção da lei que ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda. O evento também deve contar com a presença, ainda não confirmada, de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados.
Segundo aliados de Lula, o presidente pretende entregar pessoalmente a mensagem presidencial que informa sobre a indicação do atual e ainda advogado-geral da União ao STF. A mensagem é o primeiro passo dos trâmites necessários para marcar a data da sabatina no Senado Federal.
A expectativa é que Lula use o encontro para aparar as arestas com Alcolumbre. A presença do petista no País, depois de uma série de compromissos na África, é considerada fundamental para distensionar o ambiente, marcado pelo rompimento do presidente do Senado com o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA). A atuação de Gleisi Hoffmann, que estará na agenda de quarta-feira, também é considerada fundamental para conter o desgaste.
Senadores governistas alertam, no entanto, que há dois agravantes que podem mudar o clima do encontro: a tramitação da “pauta-bomba” de aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e a possível convocação de Messias na CPMI do INSS.
Alcolumbre marcou para esta terça-feira 25 a votação do projeto que concede aposentadoria diferenciada e integral a esses agentes. O impacto nas contas públicas pode chegar a 40 bilhões de reais em dez anos, segundo o Ministério da Fazenda.
Já na CPMI, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou nesta madrugada que deve pautar a convocação de Messias. O requerimento de depoimento entrará em pauta na próxima sessão do colegiado, marcada para quinta-feira 27. “Os parlamentares terão a oportunidade de votar contra ou a favor”, escreveu Viana nas redes sociais.
O entendimento é que tanto a convocação, como o avanço da “pauta-bomba”, só sairão com a anuência de Alcolumbre. O governo espera, agora, um aceno do presidente do Senado, mostrando que ele também está interessado em reduzir a temperatura e permitir que a indicação e as pautas prioritárias do governo avancem sem novos sobressaltos.
Fonte: Carta Capital


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