Por enquanto, defesas apresentam argumentos; ministro votam depois
@Poder 360

Porto Velho, RO - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos dez membros do núcleo 3 do plano golpista - nove militares de alta patente e um agente da Polícia Federal (PF).

Parte dos militares são dos chamados “kids pretos”, especialistas de operações especiais.

Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; participação em organização criminosa armada; dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Os acusados são:   

Bernardo Romão Corrêa Netto (coronel do Exército) 
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (general da reserva) 
Fabrício Moreira de Bastos (coronel do Exército) 
Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel do Exército) 
Márcio Nunes de Resende Jr. (coronel do Exército) 
Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel do Exército) 
Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel do Exército) 
Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel do Exército) 
Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal) 

A exceção é o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araujo Jr. Por menor participação, o procurador-geral pediu condenação dele apenas por incitação ao crime, o que foi comemorado pelo advogado, Lissandro Sampaio.
“Não podemos negar que essa possibilidade desse benefício legal é sobremaneira, diante das acusações impostas, de penas em torno de 20 anos, é extremamente satisfatória. Para nós é uma vitória”.
Paulo Gonet afirmou que o núcleo atuava em dois eixos. Um visava a neutralização e eliminação de autoridades, no caso o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF); o presidente Lula; e o vice Geraldo Alckmin.

Segundo o PGR, os réus chegaram a pôr em ação, que só não se concretizou, porque os chefes do Exército e da Aeronáutica não aderiram.
“Seria assustador para a democracia supor que militares de alta patente, especializados em estratégias disrruptivas de forças adversas, considerassem ser uma distração corriqueira dos seus sarais o passatempo de gizar pormenorizadamente manobras de tomada de poder por meios heterodoxos, valendo-se da força das armas”.
Outro eixo era pressionar a cúpula das Forças Armadas a aderir ao plano golpista com uma carta assinada por militares da ativa.

O primeiro advogado a falar foi Ruyter Barcelos, do coronel Bernardo Romão. Ele disse que o cliente não tem relação com a carta; que ele apenas repassou para o superior e a inteligência do Exército porque era o dever dele.

“Tem uma sindicância do Exército que chegou aos autores da carta e tem um relatório da Polícia Federal na mesma direção. Coronel Corrêa Netto não tem nenhuma ligação com essa carta”.

Só depois das defesas, os ministros votam. 

Uma das cadeiras da turma segue vazia, já que o ministro Luiz Fux mudou para a segunda turma do STF.

Fonte: Rádio Agência.