
Audiência pública vai ser realizada no próximo dia 02, às 8h30, com participação presencial e também de forma remota
Porto Velho, RO - A audiência pública que vai discutir a desestatização da Hidrovia do Rio Madeira, marcada para o próximo dia 02, às 8h30 (de Rondônia), na Comissão de Infraestrutura da Câmara dos Deputados, convocada pelos deputados federais Sílvia Cristina e Thiago Flores, vai reunir representantes de diversos segmentos da economia, afetados pela logística que envolve a hidrovia.
“Estamos mobilizando entidades e instituições ligadas ao tema e a audiência pública será presencial e também com participações remotas, permitindo a ampliação dos debates e convidamos a toda a sociedade para esse momento de esclarecimento sobre a hidrovia do Madeira”, disse a deputada Sílvia Cristina, uma das proponentes da audiência.
Para o superintendente da Federação da Indústria do Estado de Rondônia (Fiero), Gilberto Baptista, tornar o rio Madeira de fato uma hidrovia, é uma necessidade para fortalecer a logística em Rondônia, sendo a concessão o caminho natural. Porém, esse processo deve ser bem avaliado, para que não haja prejuízos e custos elevados para quem utiliza a hidrovia.
“Hoje, o rio Madeira é navegável, mas não se pode dizer que é uma hidrovia de fato, pois falta muita coisa para elevar ao patamar de hidrovia. Na concessão, precisa garantir a sinalização, batimetria, dragagem, um canal navegável o ano todo e o derrocamento (retirada de pedras), do canal de navegação, entre outros investimentos, sem afetar de forma elevada, os custos de logística”, explicou Gilberto.
Pelo rio Madeira, que integra o chamado Arco Norte, é feito o escoamento da produção de grãos de Rondônia do noroeste mato-grossense, entre outros produtos, como combustíveis.
“Mas, não temos a navegabilidade plena ao longo de todo o ano, pois quando vem o período da seca, se reduz o volume transportado e uma série de restrições que acaba impactando diretamente na nossa logística e nos custos. Uma hidrovia plena, esse problema não existiria mais”, completou.
Embora seja um dos maiores exportadores de carne bovina do país, Rondônia não utiliza o rio Madeira para escoar esse produto, preferindo levar para os portos de Santos ou Itajaí.
“A carne é perecível, não pode depender de um modal logístico que sofra interrupção. Com a hidrovia, esse obstáculo deixaria de existir, sendo mais uma opção de escoamento das exportações diretamente pelo Madeira”, pontuou.
Gilberto acrescenta que, quando da privatização da Eletrobras, ficou assegurado que parte dos recursos seriam aplicados na implantação da Hidrovia do Madeira.
“O ponto principal é assegurar que esse recurso siga garantido para as obras. Sem esse aporte, não creio que teremos um preço acessível para transportar cargas pelo Madeira. Lembrando que somente as grandes embarcações serão cobradas”, observou.
Por fim, ele manifestou confiança de que o projeto será implantado seguindo as necessidades de Rondônia, sem encarecer de forma agressiva os custos de logística.
“É um projeto importante e que vai fortalecer Rondônia como um Hub logístico, mas precisa atender de fato às necessidades. Não pode somente ter a cobrança, é preciso ter todos os investimentos necessários, garantindo o transporte de cargas, em sua plenitude, ao longo do ano todo”.


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