
Mais de 60% das nanoempreendedoras das Vendas Diretas são mulheres e jovens Foto: ABEVD
Porto Velho, RO - O empreendedorismo feminino cresce de forma consistente no Brasil, mas enfrenta desafios que vão além da estrutura econômica. De acordo com pesquisa do Grupo X, 39,7% das empresárias afirmam que o medo de falhar é o principal obstáculo para o crescimento de seus negócios.
O índice supera dificuldades como a dupla jornada (25,9%), a burocracia (17,2%) e o acesso ao crédito (17,2%). O levantamento mostra que, mesmo com o aumento do número de mulheres empreendendo, fatores emocionais e culturais ainda limitam o potencial de expansão dessas empresas.
O estudo indica que o maior desafio agora é de ordem psicológica, exigindo uma mudança na forma como a sociedade enxerga o erro e o risco no universo feminino.
Pressão social e autocrítica ampliam o medo
Para Jorge Kotz, CEO do Grupo X, o medo de errar está ligado à cobrança excessiva sobre o desempenho das mulheres. Ele explica que o ambiente social ainda associa o sucesso feminino à perfeição. “Quando a mulher erra, a reação é mais dura. Isso faz com que muitas evitem arriscar”, analisa.
O relatório também revela que 74,4% das empreendedoras já enfrentaram preconceito ou resistência por serem mulheres. Além disso, 29,2% delas consideram o planejamento estratégico a principal área em que ainda precisam se desenvolver.
Os dados indicam que o avanço das mulheres nos negócios é sólido, mas depende de uma abordagem que una capacitação técnica, saúde emocional e redes de apoio.
Programas estimulam confiança e aprendizado
Com a percepção crescente sobre a influência do medo de falhar, programas de capacitação e fortalecimento emocional têm ganhado destaque. Um exemplo é o evento Master Woman, realizado em Gramado nos dias 17, 18 e 19, que reuniu empresárias e especialistas para debater autoconfiança, protagonismo e desenvolvimento de negócios.
O encontro faz parte do ecossistema de iniciativas do Grupo X, que também inclui os projetos X Woman e Mulheres Exponenciais. Essas ações oferecem trilhas de aprendizado, mentoria e espaços de networking voltados às realidades das empreendedoras fora dos grandes centros.
Para o Grupo X, o dado de que 39,7% das empreendedoras ainda temem falhar reforça a necessidade de uma mudança cultural. A superação desse cenário exige mais do que políticas públicas ou crédito: demanda a valorização do erro como parte do processo de crescimento.
A porta-voz da instituição resume o propósito do movimento. “O sucesso feminino precisa deixar de ser exceção e virar consequência. Quando a mulher aprende a lidar com o medo, ela impulsiona não só o próprio negócio, mas todo o ecossistema ao redor, fortalecendo inovação, diversidade e competitividade no país.”
Fonte: Carta Capital


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