O novo comentário sobre a reunião com o presidente dos EUA foi feito a jornalistas em uma coletiva de imprensa na Malásia


Lula em uma coletiva de imprensa na Malásia, concedida horas depois de uma reunião com Donald Trump. Foto: ARIF KARTONO / AFP

Porto Velho, RO - Brasil e Estados Unidos em breve alcançarão uma “solução definitiva” para sua disputa comercial, afirmou nesta segunda-feira 27 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após seu encontro com Donald Trump na Malásia.

Lula se reuniu no domingo 26 em Kuala Lumpur com Trump. Os dois presidentes trataram, entre outros temas, do tarifaço.

“Estou convencido de que em poucos dias teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil para que a vida continue boa e alegre”, declarou Lula à imprensa em Kuala Lumpur sobre o encontro de domingo com Trump, no qual ambos abordaram questões comerciais. “Se depender de Trump e de mim, haverá acordo”, insistiu o brasileiro ao tratar do tarifaço.

Os presidentes das duas maiores economias do continente americano se encontraram na capital da Malásia por ocasião da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).


Reunião entre Donald Trump e Lula na Malásia, em 26 de outubro de 2025. Foto: Ricardo Stuckert/PR

‘Bolsonaro é parte do passado’

Lula e Trump abordaram a imposição de tarifas americanas de 50% sobre os produtos brasileiros como represália pela condenação a 27 anos de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado.

Lula, que completa 80 anos nesta segunda-feira, disse que o tema foi superado em sua conversa com Trump e que “Bolsonaro é parte do passado da política brasileira”.

“Eu disse para ele: ‘com três reuniões que fizer comigo você vai perceber que Bolsonaro não era nada praticamente'”, relatou Lula sobre a conversa com o norte-americano.

COP30

Ainda na conversa com jornalistas, Lula disse ter reforçado um convite para que Trump participe da COP30, em Belém, no Pará. O presidente dos EUA tem, até aqui, resistido por não concordar com as conclusões sobre o clima citadas por especialistas e diferentes nações na ONU.

“Eu disse a ele: ‘é importante que você vá [à COP] para dizer o que você pensa. Se você não acredita nas coisas, vá lá para dizer o que você pensa'”, afirmou Lula. “O que não pode é a gente fingir que não tem uma situação climática. Então vamos ver o que vai acontecer.”

Apesar dos reiterados convites, os EUA não confirmam a participação de representantes do seu governo na COP30, que será realizada em novembro no Brasil.
Crise na Venezuela

Lula também aproveitou para oferecer sua ajuda a Trump em uma negociação com a Venezuela, em um momento de tensão com a presença de navios militares americanos no Caribe e o bombardeio de embarcações que Washington classifica como “narcotraficantes”.

“Se precisar que o Brasil ajude, estamos à disposição para negociar porque queremos manter a América do Sul como zona de paz […]. Não queremos conflitos de outra região em nosso continente”, declarou Lula a Trump.

Fonte: Carta Capital