Professor seleciona perguntas marcantes das últimas edições para testar seus conhecimentos


Com taxa de aprovação de 15%, exame exige domínio em exatas, interpretação de texto e preparo físico

Porto Velho, RO - Passar no vestibular do IME (Instituto Militar de Engenharia) é o objetivo de muitos jovens que sonham com uma das formações em engenharia mais prestigiadas e disputadas do país. A prova, que será aplicada no domingo (21), tem fama de ser rigorosa e exige muito mais do que excelência em exatas.

O processo seletivo é dividido em duas fases. A primeira consiste em uma prova objetiva de 40 questões de matemática, física e química. Para avançar, o candidato precisa atingir nota global mínima de 5 pontos (de um total de 10) e acertar ao menos 40% em cada disciplina.

Na segunda etapa, os exames dessas três matérias são discursivos. Há também provas de português, inglês e redação. O desempenho exigido é nota mínima de 4 em cada disciplina.

Mesmo após essas etapas, o funil continua. Os classificados passam por avaliação médica, testes psicológicos e exame físico. Ao final, apenas cerca de 15% dos candidatos alcançam a aprovação.

A escolha pela carreira militar ou civil é feita já no momento da inscrição. Quem opta pela ativa tem formação militar durante os cinco anos do curso; na reserva, a rotina militar se restringe ao primeiro ano.

A definição da especialidade de engenharia ocorre no terceiro ano, de acordo com o desempenho acadêmico. Atualmente, o IME oferece nove modalidades: cartográfica, computação, comunicações, elétrica, fortificação e construção, eletrônica, mecânica, materiais e química.

Segundo coordenadores de cursinhos, a aprovação costuma vir apenas após múltiplas tentativas. "Não existe fórmula mágica", afirmou à Folha em julho o comandante do IME, general Juraci Ferreira Galdino. "Cada candidato deve estudar de acordo com seu perfil."

Na fase inicial, os alunos passam por um ciclo básico com disciplinas como cálculo, física, administração, direito e redação científica. De acordo com o general Galdino, a maior parte dos formados segue carreira militar, embora também haja casos de migração para o setor privado.

Para dar uma mostra da dificuldade do vestibular, o professor Henrique Bessa, supervisor das turmas IME/ITA do colégio Farias Brito, de Fortaleza, selecionou algumas das questões mais desafiadoras dos últimos anos.

Quantas você seria capaz de resolver?

QUESTÃO 1: (IME 2024/2025)/1ª FASE
A primeira questão escolhida por Bessa é de óptica física, tema pouco explorado no ensino médio e até raro em exames superiores. O diferencial do problema está no índice de refração variável, o que o torna incomum.

Segundo o professor, embora a resolução possa parecer complexa à primeira vista, a chave está em redefinir a equação para compreender como a luz se comporta dentro do meio. Para ele, a questão se destaca por fugir do padrão tradicional e exigir uma lógica original de raciocínio.

QUESTÃO 2: (IME 2023/2024)/1ª FASE
Já a segunda questão selecionada envolve química e traz uma abordagem considerada atípica. O enunciado exige que o candidato articule informações de diferentes naturezas —um gráfico, uma equação de equilíbrio e uma reação química— para chegar à solução.

O professor diz que essa integração de conteúdos torna o desafio especialmente interessante e coloca à prova a capacidade do estudante de relacionar conceitos, em vez de apenas aplicar fórmulas isoladas.

QUESTÃO 3: (IME 2024/2025)/ 2ª FASE
Já a segunda questão selecionada envolve química e traz uma abordagem considerada atípica. O enunciado exige que o candidato articule informações de diferentes naturezas —um gráfico, uma equação de equilíbrio e uma reação química— para chegar à solução.

O professor diz que essa integração de conteúdos torna o desafio especialmente interessante e coloca à prova a capacidade do estudante de relacionar conceitos, em vez de apenas aplicar fórmulas isoladas.

Fonte: Folha de São Paulo