Considerada por muitos como sinônimo de má sorte, a sexta-feira 13 é cercada por mitos que atravessaram gerações e alimentaram temores. Por trás das lendas de azar e das crenças populares, há um significado profundo e positivo que remonta a antigas tradições ligadas ao sagrado


A ideia de azar ao cruzar o caminho com um gato preto na sexta-feira 13 é uma das maiores superstições do dia (Imagem: Giedriius | Shutterstock) - Por Rodrigo Almeida

Porto Velho, RO - Considerada por muitos como sinônimo de má sorte, a sexta-feira 13 é cercada por mitos que atravessaram gerações e alimentaram temores. Por trás das lendas de azar e das crenças populares, há um significado profundo e positivo que remonta a antigas tradições ligadas ao sagrado e à força feminina.

Para a bruxa e escritora Tânia Gori, sacerdotisa e fundadora da Casa de Bruxa, esse é um momento especial para reforçar a proteção espiritual, celebrar o renascimento e se reconectar com energias ancestrais esquecidas. “A sexta-feira 13 é um portal energético que favorece a introspecção, o autoconhecimento e a libertação de padrões que não nos servem mais. Não há nada de sombrio ou perigoso nesse dia. Ao contrário: é um momento de profundo poder pessoal e espiritual”, explica.

Origem da sexta-feira 13

Na Antiguidade, o número 13 era considerado sagrado por representar os ciclos da natureza e da vida. São 13 ciclos lunares em um ano. Para muitas culturas ligadas ao culto da Deusa, ele simbolizava o poder feminino, a fertilidade, a renovação e os mistérios da vida e da morte. Somente a partir da Idade Média, com a ascensão de sistemas patriarcais e o declínio dos cultos antigos, o 13 passou a ser associado a azar e infortúnio.

A sexta-feira, por sua vez, era o dia dedicado a Vênus e Freya, divindades ligadas ao amor, à beleza, à sexualidade e à magia. Essa associação tornava a sexta-feira um dia de celebração da vida e dos afetos. Quando o número 13 e a sexta-feira se encontram, o resultado é uma data potencialmente poderosa para práticas de espiritualidade, proteção e libertação de antigas amarras.

Superstições e preconceitos

Entre as superstições associadas à sexta-feira 13, uma das mais conhecidas é a ideia de que cruzar o caminho de um gato preto traria azar. Para Tânia Gori, esse tipo de crença é fruto de séculos de desinformação e perseguição às antigas tradições.

“Os gatos, especialmente os pretos, foram injustamente perseguidos na Idade Média por estarem associados às bruxas e ao sagrado feminino. Na verdade, os gatos sempre foram símbolos de proteção, intuição e conexão com os mundos sutis. Nenhum animal carrega mal algum, são criaturas sagradas, e os gatos pretos, em especial, merecem respeito e cuidado”, afirma a bruxa.
Um convite ao autoconhecimento e à libertação

A sexta-feira 13 também é vista, na tradição da Casa de Bruxa, como um dia propício para realizar rituais de proteção, banimento de energias negativas e Queima de Karma, prática que visa liberar padrões repetitivos e laços emocionais ou espirituais que limitam o crescimento pessoal. É um momento ideal para banhos de ervas, meditações, acender velas de proteção e mentalizar novos caminhos.

“A energia desta data favorece a tomada de consciência e o desapego daquilo que impede o florescimento pessoal. Mais do que superstição, a sexta-feira 13 pode se tornar um importante exercício de autoconhecimento e reconexão com nossa força interior”, conclui Tânia Gori.

CEO da Universidade Livre Holística Casa de Bruxa e presidente da Associação Brasileira de Bruxaria. Astróloga, numeróloga e escritora. Fundadora da convenção de Bruxas e Magos da América Latina.

Por Rodrigo Almeida