VAMOS FILOSOFAR

Porto Velho, RO - Hoje Nesta manhã fria de sexta feita eu acordei em um tremendo baixo-astral, talvez seja só mais uma confusão de minha mente, ou talvez seja só o efeito colateral de viver em um mundo onde a insanidade virou moda e a lucidez é tratada como doença, aos poucos, vou entendendo essa nova lógica, ditadores são aclamados como democratas, messias e patriotas iluminados, corruptos de púlpito ganham status de santos, e bonecos de silicone agora recebem enxovais, nomes e até certidão de nascimento, e pasme ! estão reivindicando até o sacramento do batismo, sim, é isso mesmo.

O mundo virou um grande reality show de mau gosto, onde a coerência foi cancelada e a verdade entrou em extinção, o mais interessante, tem gente aplaudindo de pé, emocionada talvez o hospício não tenha sido instaurado talvez sempre tenha sido isso aqui, e só agora eu estou percebendo.

Vivemos uma era em que o senso crítico parece ter sido aposentado por invalidez, ditadores autoritários, que cerceiam liberdades, perseguem opositores, planejam golpe de estado,invadem as redes sócias com boambas atômicas de fake news e sufocam a democracia, agora são celebrados como “líderes fortes”. A narrativa é vendida com tanta convicção que muitos já repetem os discursos com orgulho, como se estivessem libertando a pátria ao abraçarem o autoritarismo.

E os corruptos? Ah, esses continuam firmes só que agora de terno, gravata e versículos na ponta da língua, transformaram o cinismo em virtude e a hipocrisia em projeto de governo. São “homens de bem”, defensores da moral e dos bons costumes desde que seus próprios escândalos fiquem bem guardados no confessionário da impunidade.

Enquanto isso, púlpitos viram palanques, e a fé se transforma em mercadoria de luxo, pastores ostentam jatinhos e cartões black, vendem promessas embaladas em marketing gospel e milagres com QR Code. É o sagrado à la carte, servido com cobertura de cinismo e pitadas de ganância.

Sinto-me como naquela canção de Sílvio Brito, que dizia: “Pare o mundo que eu quero descer”. Essa frase resume perfeitamente meu estado de espírito diante de tudo que tenho vivenciado. Às vezes, o ritmo do mundo parece insuportável, e o desejo de pausa se torna urgente.
E tenho dito.