O TikTok aposta no e-commerce e traz uma experiência de compra lúdica e impulsiva para milhões de brasileiros


Foto: Martin BUREAU/AFP

Porto Velho, RO - Vem aí o TikTok Shop. A plataforma que arrebatou corações e corpos de jovens em todo o mundo está acelerando a implantação de sua plataforma de vendas. Prevista para o final de 2025 na América Latina, ela já iniciou sua operação no México e a expectativa é de chegar ao Brasil já no próximo mês. O TikTok tem mais de 1,6 bi de usuários ativos mensalmente no mundo. O Brasil é o terceiro país em número de usuários, atrás dos EUA e Indonésia.

No México, os itens mais vendidos foram cosméticos, vestuário e itens para casa. Os dois primeiros itens certamente têm relação com o público da plataforma, majoritariamente jovem. No Brasil a estimativa é de que 41% dos 98 milhões de usuários tenham entre 16 e 24 anos.

Os dados são de 2024 e foram divulgados pela Cuponation, empresa que atua na identificação e geração de cupons de descontos para compras online. Mas não se iluda. Por aqui, segundo a Shopify, 11% dos usuários têm mais de 50 anos. É pouco? Em termos de negócios é muito. A geração prateada tem renda e está a caminho da aposentadoria, o que significa dinheiro garantido pingando todo mês.

A pesquisa TIC Kids Online, desenvolvida pelo CETIC, Centros de Estudos de Tecnologia da Informação e Comunicação, indica que o TikTok já é a rede que rivaliza com o Instagram entre as crianças e adolescentes, ambas com cerca de 35% de preferência. Esta mesma pesquisa indica que 55% desse público interagiu com marcas e produtos durante o uso da internet.

A operação do TikTok Shop tem tudo para gerar impacto no setor. O principal motivo é que ela vai manter a linguagem do app, com a oportunidade de compra a partir de vídeos, reforçando a caraterística lúdica que levou à sua explosão de downloads durante a pandemia.

O vídeo acontece, pode ser uma dancinha, e o produto estará ali para ser comprado. A ação lúdica está mantida. Também existe a opção de uma vitrine para exposição de produtos, uma opção mais comum similar aos marketplaces.

Quando se imagina que 78% das crianças e adolescentes do país possuem celular próprio e muitas delas possuem acesso a cartões de crédito de seus país para realização de pequenas atividades – serviços de entrega, transporte, compra de jogos online e outras, o consumo estará na ponta dos dedos e de maneira muito divertida. O TikTok também é uma fábrica de influencers. É de se esperar que estes entrem ainda de maneira mais agressiva no mercado.

O alerta fica por conta exatamente dessa ferramenta de compra na mão desse público muito jovem. O impulso vem da ação desses influenciadores e dos movimentos de interação. Pais devem ficar mais alerta com as despesas e com a formação, cada vez mais, de um perfil de consumo impulsionado pelas ações que podem não parecer compra. Todo cuidado é pouco. Quem não se cuidar, desculpem a ironia, vai dançar.

O supermercado do Mercado Livre

O supermercado mais perto de sua casa está em seu smartphone. A tendência de compras de itens dessas lojas pela internet vem se consolidando nos últimos anos. A pandemia acelerou essa tendência, especialmente nos sites próprios dos supermercados e nos serviços de mobilidade. Mas agora são os marketplaces que estão colhendo crescimento na horta dos vizinhos.

O Mercado Livre registrou um aumento de 77% nas vendas de itens de supermercado em 2024, comparado com o ano de 2023. Um dos segredos do Mercado Livre para crescer foi o aumento de itens e categorias disponíveis, que subiu 74%.

Além disso, a plataforma garante as entregas de cerca de 80% de seus itens em até 48 horas, com uma cobertura de 95% do território nacional. Pensando na comodidade do usuário, incorporou um botão de recompra para facilitar a vida dos consumidores.

A preferência pelas compras no digital vem aumentando conforme os consumidores percebem que os preços podem ser vantajosos e a prateleira da internet é infinita. É possível pesquisar preços, encontrar fornecedores diferentes sem sair do lugar. A atitude de compra, no entanto, vai colocar um desafio para as marcas. A compra por impulso pode diminuir.

O consumidor tende a entrar focado no que quer comprar. Será preciso criar estratégias diferenciadas para os produtos e antecipar a decisão de compra. A construção de marca, o acompanhamento da jornada e compreender que a transação é parte de um processo é fundamental.

Fonte: Carta Capital