O presidente dos EUA afirmou que seu país provocará um ‘inferno’ no enclave palestino se uma nova leva de reféns não for liberada até sábado pelo Hamas

Integrantes do braço-armado do Hamas participam da 5ª troca de reféns e prisioneiros com Israel. Foto: Eyad BABA / AFP

Porto Velho, RO - As ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de provocar um “inferno” em Gaza se os reféns não forem libertados até sábado 15 “complicam ainda mais as coisas”, afirmou nesta terça-feira 11 à AFP um dirigente do Hamas.

“Trump deve lembrar que há um acordo (de trégua) que ambas as partes devem respeitar, e que essa é a única forma de fazer com que os prisioneiros retornem”, declarou Sami Abu Zuhri, um dos líderes do movimento islamista palestino.

“A linguagem das ameaças não tem nenhum valor e não complica ainda mais as coisas”, enfatizou.

Desde 19 de janeiro, e após mais de 15 meses de confronto entre Israel e Hamas, que devastou a Faixa de Gaza, uma frágil trégua está em vigor entre as duas partes, graças à mediação do Catar e à ajuda dos Estados Unidos e do Egito.

A trégua permitiu até o momento a libertação de 21 reféns, incluindo 16 israelenses, sequestrados em 7 de outubro de 2023 durante o ataque surpresa do Hamas no sul de Israel, em troca de mais de 700 prisioneiros palestinos detidos em Israel.

No total, 33 reféns israelenses devem ser libertados na primeira fase da trégua, que termina em 1º de março.

Na segunda-feira, no entanto, o Hamas anunciou o adiamento da próxima libertação de reféns, que deveria ocorrer no sábado 15, acusando Israel de violar a trégua.

Israel chamou a decisão do Hamas de “violação flagrante” do acordo. O movimento islamista afirmou que a porta continua “aberta” para que a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos aconteça no sábado, “segundo o plano previsto”, desde que Israel cumpra efetivamente com suas obrigações.

No atual cenário, Trump fez a declaração na segunda-feira.

“No que diz respeito a mim, se todos os reféns não forem devolvidos antes de sábado às 12 horas em ponto — acho que é uma hora apropriada — diria que o cancelem, não se admitem mais apostas e que se desate o inferno”, disse Trump à imprensa na Casa Branca.

Fonte: Carta Capital