O chefe de estado da gestão Trump, Marco Rubio, se reuniu com Sergey Lavrov, chanceler de Putin, na Arábia Saudita para iniciar uma negociação sobre o fim da guerra

Da esquerda para a direita: O enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, o secretário de Estado Marco Rubio, o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan al-Saud, o conselheiro de segurança nacional Mosaad bin Mohammad al-Aiban, o conselheiro de política externa do presidente russo, Yuri Ushakov, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participam de uma reunião no Palácio Diriyah, em Riad, em 18 de fevereiro de 2025. Foto: Evelyn Hockstein / POOL / AFP

Porto Velho, RO - Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram nesta terça-feira 18, na Arábia Saudita, para tratar, entre outros temas, da guerra na Ucrânia. Os países anunciaram alguns acertos, mas as tratativas não têm a validação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, já que o encontro não contou com um representante do país.

A agenda entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o primeiro ministro russo Sergey Lavrov ocorre menos de uma semana após os presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, falarem pelo telefone e concordarem em iniciar “imediatamente” as negociações pelo fim do conflito.

Segundo os representantes, os países firmaram três compromissos. A lista foi divulgada pelo Departamento de Estado norte-americano e inclui:

  • O estabelecimento de um mecanismo de consulta para abordar os ruídos da relação bilateral (EUA-Rússia) com o objetivo de tomar as medidas necessárias para normalizar o funcionamento das respectivas missões diplomáticas;

  • A nomeação de representantes de alto nível para começar a trabalhar em um pacto pelo fim do conflito na Ucrânia o mais rápido possível, de maneira duradoura, sustentável e aceitável para ambos os lados;

  • A definição de bases para uma futura cooperação em questões de interesse geopolítico mútuo e oportunidades históricas de economia e investimento que emergirão de um fim bem-sucedido do conflito na Ucrânia.

“As partes das reuniões de hoje comprometem-se a permanecer engajadas para garantir que o processo avance de maneira oportuna e produtiva”, sintetizou o governo dos EUA no comunicado.

Na segunda-feira 17, o presidente ucraniano Volodymir Zelensky disse que não participaria do encontro e nem aceitaria nenhuma proposta de paz vinda da negociação. Zelensky visitará a Arábia Saudita na quarta-feira 19, em agenda que já estava prevista antes do encontro bilateral EUA-Rússia ser anunciado.

Nesta terça-feira 18, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, pediu que a Otan volte atrás na promessa de que a Ucrânia integraria a aliança militar, reforçando a posição do governo russo contra a adesão. Ainda não está claro se a requisição foi apresentada aos EUA durante o encontro.

Ainda durante a agenda bilateral na Arábia Saudita, o Kremlin afirmou em coletiva de imprensa realizada em Moscou que os países discordam em questões como a segurança da Ucrânia e alianças militares daquele país. A presidência russa também disse que não vai ditar questões relativas à soberania ucraniana.

Fonte: Carta Capital