O ministro deve enviar propostas ao presidente Lula (PT), e uma eventual PEC sobre o tema será discutida com lideranças do Congresso


O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Porto Velho, RO - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo federal encerrou as reuniões internas sobre os cortes de gastos. De acordo com ele, os ministros estão agora “conscientes” da urgência em conter o avanço dos gastos públicos.

“O dia de ontem foi muito bom. Penso que concluímos todas as conversas”, sintetizou Haddad a jornalistas que o aguardavam na entrada do Ministério da Fazenda.

“Os ministros estão conscientes das tarefas que temos pela frente do arcabouço fiscal, da previsibilidade, da sustentabilidade, das finanças no médio e longo prazo”, afirmou o ministro

Segundo Haddad, a partir de agora os ministros devem apresentar uma “devolutiva” a Lula sobre as discussões. Somente após essa etapa o governo deve anunciar as medidas de corte.

A partir daí, caberá governo deverá encaminhar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso. Segundo Haddad, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devem ser ouvidos.

O triunfo de Trump

Haddad também comentou a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. Para o ministro da Fazenda, “o dia amanheceu mais tenso”.

“Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam apreensão não [só] no Brasil, mas no mundo inteiro. Causam pressão nos mercados emergentes, nos países endividados, na Europa. O dia amanheceu, no mundo, mais tenso, em função do que foi dito na campanha”, avaliou Haddad.

Haddad fez questão de ponderar que, apesar das promessas de campanha de Trump, será preciso esperar as medidas práticas do segundo mandato do republicano.

“O discurso pós-vitória oficiosa […] já é um discurso mais moderado do que o da campanha. Então, nós temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa. Cuidar do Brasil, das finanças e da economia para ser o menos afetado possível, qualquer que seja o cenário externo”, disse.

Fonte: Carta Capital