Evidência de remuneração citada pelo jornal ‘Globo’ nesta sexta-feira contradiz versão do candidato no caso


O ex-coach e candidato à prefeitura de SP, Pablo Marçal (PRTB). Foto: Reprodução/Redes Sociais

Porto velho, RO -
Uma reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira 6 traz um novo indício de que o candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), teria feito pagamentos irregulares a apoiadores que publicaram vídeos com a sua imagem nas redes sociais. Os chamados ‘cortes’ fariam parte de um modelo de campanha considerado abusivo pelo Justiça Eleitoral.

O caso já levou o ex-coach a perder os seus perfis nas principais plataformas e embasa ao menos um pedido de impugnação da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a publicação, uma apoiadora do ex-coach teria recebido pagamentos em junho deste ano, depois do lançamento da pré-campanha de Marçal pelo PRTB.

A remuneração não apenas viola a legislação eleitoral, como contradiz a alegação de Marçal de que não teria repassado dinheiro a apoiadores depois que iniciou sua empreitada política. Nesta semana, mensagens de funcionários ligados à campanha já desmontavam a declaração do candidato.

Na nova evidência, o jornal relata ter acessado uma entrevista de Karen Talissa dos Santos Ferreira, integrante do grupo do aplicativo Discord de Marçal, que afirma categoricamente ter recebido pelos vídeos em junho.

Na conversa com uma emissora de TV de São Paulo, ela diz que Marçal “paga para você fazer os vídeos dele se você viralizar”. Essas publicações são os chamados ‘cortes’, trechos de entrevistas e lives do ex-coach editados de forma que favoreçam e fortaleçam a imagem do candidato nas redes.

Karen, na entrevista, relata ter vencido uma competição de cortes, promovida por Jefferson Zantut e Gabriel Galhardo, funcionários de Marçal. Ela foi a responsável por um dos cortes que mais viralizaram nas redes e teria recebido o pagamento, segundo indicam as mensagens, em junho deste ano, com a pré-campanha já em andamento. A tal competição estabelecia prêmios diários e mensais para os vídeos mais vistos nas redes sociais entre os dias 22 de abril e 22 de maio.

Essa mesma apoiadora contou ainda na entrevista ter ficado em quarto lugar em outra competição neste mesmo período. Ela teria, então, criado um curso digital para ensinar outros apoiadores do ex-coach a fazer as publicações.

“O Discord é um canal de competição dos cortes do Marçal. Você abre um Tik Tok, faz cortes, que são trechos de vídeo dele chamativos, impactantes, só fazendo vídeo dele. Se você viraliza com esses vídeos, você ganha dinheiro com ele. Ele te paga para isso”, reforça a apoiadora nessa entrevista.

Ainda segundo o jornal, Karen teria sido chamada pelo próprio Marçal para trabalhar com ele na campanha após o desempenho nessa competição. Procurados pela publicação, Karen e a campanha de Marçal não comentaram o episódio.

Fonte: Carta Capital