Bombardeios israelenses já causaram 40.939 mortes no território palestino, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza
Gaza destruída pela guerra. Foto: Eyad BABA / AFP
Porto Velho, RO - A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza completa 11 meses neste sábado 7, sem sinais de um acordo de trégua, que permitiria o fim dos bombardeios israelenses e a libertação dos reféns sob poder do movimento islamista palestino.
Os países mediadores, Estados Unidos, Catar e Egito, tentam obter há vários meses um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Mas as possibilidades de acordo diminuíram nas últimas semanas porque as partes não cedem em suas posições.
O Hamas, que governa Gaza e cujo ataque de 7 de outubro no sul de Israel desencadeou a guerra, exige que a retirada completa do Exército israelense do território palestino.
Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste que as tropas do país devem permanecer no “corredor Filadélfia”, na fronteira entre Gaza e Egito.
“Onze meses. Chega. Ninguém aguenta isto por mais tempo. A humanidade deve prevalecer. Cessar-fogo agora”, escreveu na rede social X o diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini.
A pressão internacional pelo fim da guerra aumentou na sexta-feira, após a morte de uma ativista turco-americana na Cisjordânia ocupada.
Aysenur Ezgi Eygi, 26 anos, morreu ao ser atingida por tiros das forças israelenses quando participava em um protesto contra a colonização judaica em Beita, perto de Nablus, no norte do território palestino ocupado por Israel desde 1967.
“Aysenur defendia pacificamente a justiça quando foi assassinada a tiros”, lamentou a família da jovem em um comunicado, no qual também exigem uma “investigação independente”.
“Pedimos ao presidente (Joe) Biden, à vice-presidente (Kamala) Harris e ao secretário de Estado (Antony) Blinken que ordenem uma investigação independente sobre o assassinato injusto de uma cidadã americana e que garantam que os responsáveis sejam plenamente responsabilizados”, afirma a nota.
O Exército israelense afirmou na sexta-feira que os soldados do setor de Beita “responderam atirando na direção do principal instigador da violência, que havia atirado pedras e representava uma ameaça”.
Também indicou que estava “examinando informações de que uma cidadã estrangeira teria sido morta em consequência dos tiros efetuados na área”.
Washington, principal aliado de Israel, exigiu uma investigação. Mas a família considera que “diante das circunstâncias (…) da morte de Aysenur, uma investigação israelense não é suficiente”.
As forças israelenses iniciaram em 28 de agosto uma operação em larga escala na Cisjordânia, donde a violência aumentou desde o início da guerra em Gaza.
“Aterrorizados”
O conflito em Gaza começou em 7 de outubro, quando um ataque de combatentes do Hamas em Israel deixou 1.205 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.
Além disso, os milicianos islamistas sequestraram 251 pessoas, das quais 97 continuam em cativeiro em Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu destruir o Hamas e iniciou uma vasta ofensiva de represália com bombardeios que já causou 40.939 mortes no território palestino, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas uma organização “terrorista”.
A guerra em Gaza devastou o território estreito cercado por Israel e sua população, de 2,4 milhões de habitantes antes do conflito, enfrenta uma crise humanitária sem precedentes.
Vários bombardeios sacudiram o território palestino na manhã de sábado, segundo correspondentes da AFP. Os ataques atingiram Jabaliya e a Cidade de Gaza, no norte, assim como Nuseirat e Bureij, no centro, informaram testemunhas e os serviços de resgate.
Uma tenda montada na escola Halima Al-Saadiya, em Jabaliya, foi atingida por um bombardeio, segundo testemunhas.
“A escola abriga entre 3.000 e 3.500 pessoas. Estávamos dormindo quando, de repente, um míssil caiu sobre nós. Acordamos aterrorizados. Encontramos mártires, incluindo mulheres e crianças”, disse Ahmed Abd Rabbo.
Fonte: Carta Capital
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