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Com a crescente popularidade dos copos Stanley, as pessoas começaram a se perguntar se o chumbo em sua composição não fazia mal
Porto Velho, RO - Há algum tempo, os copos térmicos se tornaram um sucesso no mundo todo. E dentre todas as marcas desse produto, a Stanley com certeza é a mais conhecida. Seu copo promete manter a temperatura da bebida por muito tempo. Mas com tanta popularidade, as pessoas começaram a questionar se o produto fazia mal para a saúde.
Esse questionamento não surgiu do nada. Ele veio porque a marca Stanley usa chumbo, que é um elemento tóxico, na composição dos seus produtos. Claro que conforme esses questionamentos foram ficando mais intensos a empresa teve que se pronunciar a respeito.
De acordo com a CNN, vídeos nas redes sociais mostravam pessoas usando kits de teste de chumbo para testar se esse elemento realmente estava presente nos famosos copos. O resultado mostrou que sim, os produtos Stanley têm chumbo na sua composição.
No entanto, mesmo que ele seja tóxico e cumulativo no corpo, o chumbo não entra em contato com quem está usando o copo. De acordo com a empresa, o elemento é usado como parte do isolamento a vácuo e é coberto por uma camada de aço inoxidável, o que faz uma proteção contra a exposição.
Além disso, o porta-voz da Stanley escreveu que quando o chumbo é selado nessa área de vedação do copo e então é coberto com aço, ele não é acessível às pessoas que estão usando os produtos. Por isso que ele não é capaz de afetar a pessoa de forma direta e nem mesmo o conteúdo que estiver dentro dos recipientes.
E não é somente a Stanley que tem o chumbo presente em seus produtos. Esse elemento também é visto em outras marcas. Dessas outras, algumas já até tiveram recalls nos EUA por conta de colocar seus usuários em risco de exposição.
Existem riscos?
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Por mais que seja improvável que o chumbo dos copos Stanley contamine as pessoas que os usam, isso não é algo impossível de acontecer. De acordo com Jane Houlihan, diretora de pesquisa da Healthy Babies, Bright Futures, uma aliança de ONGs e cientistas e doadores para reduzir a exposição de bebês a produtos químicos neurotóxicos, ainda é preciso ter um cuidado com os copos Stanley ou qualquer outro produto que tenha chumbo.
Até porque, mesmo que não haja risco de exposição se o copo continuar intacto, se o lugar onde o chumbo estiver sofrer algum dano, existe sim a possibilidade de uma contaminação.
Por isso que, na visão de Houlihan, se a Stanley tem que confirmar que seu produto irá permanecer intacto para que ele seja seguro, existe um problema de segurança no material e os clientes estão sendo colocados em risco.
Mesmo assim, a marca fez questão de reforçar que é raro que o chumbo fique exposto. Mas se isso acontecer, a pessoa pode trocar seu produto em uma garantia vitalícia.
Contaminação por chumbo
Como dito, o chumbo é um metal tóxico. Por isso que ele pode causar vários problemas, como renais, reprodutivos, de desenvolvimento e anemia. E não existem níveis seguros de exposição.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, esse elemento também afeta a capacidade de aprendizagem, de prestar atenção e o desempenho acadêmico. No caso de crianças expostas a ele, o sistema nervoso pode ser afetado e ter como consequência deficiência auditiva e a função das células sanguíneas comprometida.
Outro ponto é que o chumbo se bioacumula no corpo. Isso quer dizer que ele fica no organismo com o passar do tempo, e se existir uma exposição contínua, ele também se acumula.
De acordo com Olga Naidenko, vice-presidente de investigações científicas do Grupo de Trabalho Ambiental, uma ONG “dedicada à proteção da saúde humana e o meio ambiente”, por conta de tudo isso, empresas começaram a usar alternativas para o chumbo como uma maneira de vedar os copos térmicos como o copo Stanley.
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Em 2014, a PMI Worldwide, dona da marca Stanley, comprou a empresa familiar brasileira Aladdin. Depois disso, ela ganhou capilaridade e logística para apresentar a marca Stanley aos brasileiros. Eles foram apresentados principalmente na região sul, onde existe um mercado para as garrafas térmicas que conseguem manter a água quente.
Contudo, com o passar do tempo, mais pessoas foram usando os copos Stanley também para as bebidas frias. E quem relacionou os produtos da marca com o clima quente do Brasil e atividades ao ar livre foi Andréa Martins, presidente da PMI Worldwide América Latina.
“O crescimento que tivemos se deve à legião de fãs que fomos criando e também ao fato de o Brasil ser o terceiro maior mercado consumidor de cerveja no mundo. É um país quente e o brasileiro gosta de cerveja muito gelada. Aí nosso produto cai de forma perfeita. Nisso, começamos a comunicar ao público que a bebida fica gelada até o último gole. Hoje, se você vai à praia com uma long neck, metade da bebida esquenta. Então, foi algo que veio totalmente alinhado com a cultura do Brasil”, conta Andréa.
“A divulgação foi muito no boca a boca entre comunidades de fãs porque como um produto mais caro, o consumidor tem que ver se realmente funciona. Mas não foi só isso. A partir de 2020, começamos a ter uma presença mais forte nas redes sociais, com esforço para atrair também microinfluenciadores, porque é um produto que ganha valor conforme você experimenta”, continuou.
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