O Itamaraty, por meio de nota, garante que seguirá firme em sua determinação de respeitar os direitos humanos

A vida é o bem mais precioso que a humanidade tem, e as vidas de palestinos e israelenses têm o mesmo valor."Por meio de um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Estado boliviano rejeita categoricamente as "afirmações inadmissíveis e insustentáveis" sobre a decisão soberana da Bolívia de romper relações diplomáticas com Israel, feitas pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do governo israelense, Lior Haiat.No documento divulgado nesta quinta-feira, o Itamaraty indica que: "A Bolívia, guiada por sua Constituição Política de Estado, e coerente com os princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, reconhece o direito à paz de todos os povos do mundo, para o qual promove a cooperação entre os povos, a fim de contribuir para o conhecimento mútuo, ao desenvolvimento equitativo e à promoção da interculturalidade, com pleno respeito à soberania dos Estados".

Acrescenta que "consequentemente, rejeita toda guerra como instrumento de resolução de litígios entre Estados e condena o terrorismo em todas as suas formas, independentemente da nacionalidade ou do local onde ocorrem".

Por isso, "o Estado Plurinacional da Bolívia, em relação à nova fase de confronto na região de Gaza, desde 7 de outubro, expressou sua mais profunda preocupação e pede um cessar-fogo imediato. A vida é o bem mais precioso que a humanidade tem, e as vidas de palestinos e israelenses têm o mesmo valor."

Além disso, o governo boliviano pede ao governo israelense que:

– Respeitar o direito à vida, aos direitos humanos e à paz do povo palestiniano, bem como de todos os povos.

– Permitir a entrada imediata de organizações internacionais e países que pretendam prestar ajuda humanitária, e cobrir necessidades básicas, àqueles que foram privados de alimentos, medicamentos, eletricidade, combustível e água.

– Cumprir as resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas, especialmente a Resolução A/ES/10L25, de 27 de outubro de 2023, que apela a um cessar-fogo e à viabilização da ajuda humanitária.

Ouça as milhares e milhares de vozes dos povos, líderes e governos do mundo que pedem o fim do assassinato e genocídio de palestinos em Gaza.

– Pare de atacar escolas, hospitais e abrigos para aqueles que tentam escapar das bombas e armas que você joga constantemente.


Para concluir, afirma que "a comunidade internacional deve agir urgentemente, não podemos ser meros espectadores diante do sofrimento do povo palestino. É tempo de a Palestina exercer a sua autodeterminação como Estado livre, independente e soberano, com as suas fronteiras anteriores a 1967 e Jerusalém Oriental como capital. Da mesma forma, as Nações Unidas devem incorporar o mais rapidamente possível o Estado da Palestina como membro de pleno direito da Organização. Pare a guerra, para construir a Paz. Nunca é tempo de guerra, tem de ser sempre tempo de paz".

Fundo

O Itamaraty israelense repudiou nas últimas horas a decisão do governo boliviano, Luis Arce Catacora, de romper relações diplomáticas com Israel por causa da guerra na Faixa de Gaza.

Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, observou que "a decisão do governo boliviano de cortar relações diplomáticas com Israel é uma rendição ao terrorismo e ao regime do aiatolá no Irã".

Haiat disse que, "ao dar esse passo, o governo boliviano se alinha à organização terrorista Hamas, que massacrou mais de 1.400 israelenses e sequestrou 240 pessoas, incluindo crianças, mulheres, bebês e idosos".

Ele reafirmou que Israel condena o apoio da Bolívia ao terrorismo e sua submissão ao regime iraniano, que atestam os valores representados pelo governo boliviano. Desde a mudança de governo na Bolívia, as relações entre os países foram esvaziadas de conteúdo."

Fonte: EL DEBER