
Megan Royle, de 33 anos, passou pelo tratamento contra um câncer de pele, o qual ela descobriu depois de dois anos que nunca teve
Porto Velho, RO - Quando o assunto é saúde não podemos brincar e temos que resolver aquilo que nos incomoda o quanto antes. E dentre todos os diagnósticos possíveis, o de câncer é o que as pessoas mais temem receber. Ele é o termo usado para um conjunto de centenas de mutações patológicas que têm um crescimento de células fora do normal e do controle. Em alguns casos, quando diagnosticado logo no começo, ele pode ser tratado e curado.
Justamente por isso que começar o tratamento logo no início da doença é algo imprescindível para o sucesso. Contudo, em alguns casos o tratamento não é necessário porque o paciente não tem a doença.
No entanto, essa inglesa de 33 anos fez dois anos de tratamento depois que recebeu o diagnóstico de câncer de pele para depois descobrir que, de fato, nunca teve a doença. Por conta disso, ela conseguiu um acordo extrajudicial para ser ressarcida.
Diagnóstico errado

A mulher é a maquiadora de teatro Megan Royle, que mora em Londres, na Inglaterra. Ela recebeu o diagnóstico de câncer de pele, pelos médicos do Chelsea & Westminster Hospital, em 2019.
Na ocasião, os médicos viram uma verruga no braço dela que afirmaram ser melanoma. Depois disso, Megan foi encaminhada para a unidade especializada em câncer do The Royal Marsden Hospital, em Londres.
Enquanto ela fazia o tratamento, a mulher passou por imunoterapia, congelou seus óvulos por causa do risco na fertilidade e passou por uma cirurgia que deixou uma cicatriz de quase 20 centímetros no seu braço.
Em 2021, Megan teve que se mudar e com isso também mudou o lugar onde ela fazia seu tratamento. Foi então que a nova equipe que a atendeu revisou os exames e viu que a mulher nunca teve câncer de pele.
Por conta disso, Megan conseguiu, nessa semana, um acordo extrajudicial para ser ressarcida pelo que ela gastou nos dois anos de tratamento e pelos transtornos acumulados desde o primeiro diagnóstico.
Danos

De acordo com Matthew Gascoyne, advogado da mulher especializado em negligência médica, o diagnóstico causou um “profundo impacto psicológico” em sua cliente.
Megan disse ao jornal britânico The Independent que mesmo com o alívio de saber que não tinha câncer, ela sentiu mais raiva e frustração com toda a situação. “Você simplesmente não pode acreditar que algo assim possa acontecer, e até hoje não tive uma explicação de como e por que isso aconteceu. Passei dois anos acreditando que tinha câncer, passei por todo o tratamento e então me disseram que não havia câncer algum”, disse.
Com a exposição do caso, um porta-voz da Royal Marsden NHS Foundation Trust pediu desculpas. “Desejamos oferecer nossas sinceras desculpas a Megan Royle pela angústia causada por sua experiência em nosso hospital e estamos satisfeitos que um acordo tenha sido alcançado”, disse ele.
“Lamentamos profundamente a angústia causada a Megan Royle e pedimos desculpas sem reservas pelo erro cometido. Embora nenhum acordo compense o impacto que isto teve, estamos satisfeitos por ser alcançado um acordo”, disse a North West London Pathology, parceira do Imperial College NHS Trust.
Câncer

No caso de Megan, ela acabou descobrindo que não tinha a doença mesmo já tendo passado pelo tratamento. Mas existem casos onde a pessoa realmente tem câncer, mas só tem o diagnóstico correto muito tempo depois.
Esse foi o caso de Edileny Mayre de Oliveira, de 46 anos. Ela foi à um posto de saúde por estar com dores no seio direito. Contudo, o médico que atendeu a mulher disse que “era gordura” e que ela precisava emagrecer.
Isso aconteceu em 2019, quando a mulher notou as fortes dores depois da sua filha ter colocado a cabeça nos seus seios. Depois de três meses ela recebeu o diagnóstico que estava com câncer. Até hoje, Edileny segue com o tratamento e já retirou as duas mamas.
Segundo a mulher, quando ela procurou o posto de saúde, o médico pediu que ela fizesse uma ultrassonografia e uma mamografia. Ele a perguntou o motivo de ela estar fazendo aquele exame. Nisso, ela respondeu que estava sentindo muita dor.
Mesmo depois do exame feito, a mulher conta que o médico continuou dizendo que era gordura e que ela não precisava se preocupar porque o nódulo iria sumir.
O pior de tudo é que a mulher procurou outro médico, mostrou seus exames e também recebeu o mesmo “diagnóstico”. O profissional também disse que era gordura e que “não era nada”.
Embora tenha recebido esses diagnósticos “positivos”, Edileny pediu que uma cirurgia fosse marcada, mesmo em um hospital particular, porque ela não queria ficar com o nódulo em seu seio. No entanto, ela contou que o médico receitou um remédio e falou que não recomendava que ela fizesse a cirurgia porque ficaria uma cicatriz grande.
“Fui para casa e com o passar dos tempos, os meus seios cresceram muito e começaram a doer. Até perdi o movimento do braço direito”, relembrou.
Três meses depois, a mulher voltou ao posto de saúde e finalmente o médico a encaminhou para o Hospital do Câncer. Foi então que Edileny recebeu o diagnóstico de câncer de mama em estágio avançado.
Ela disse que buscará indenização por conta dos primeiros diagnósticos que recebeu dizendo que era gordura em seu seio.
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