Pai e madrasta espancaram menina até a morte após ela mexer em farinha e subir numa mesa, em Ariquemes. Avó que tinha a guarda da menina foi condenada por ter deixado Lauanny com o casal
Porto Velho, RO - Pai, madrasta e avó acusados de torturar e matar a menina Lauanny Hester, de 2 anos, perderam um recurso no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) em que tentavam anular a condenação obtida pelo Tribunal do Júri em dezembro de 2021, em Ariquemes (RO).
Num recurso impetrado, a defesa de Willian Monteiro da Silva e Ingrid Bernardino Andrade, pai e madrasta, e avó Suely dos Santos Monteiro pedia pela anulação do julgamento em que terminaram condenados por tortura e homicídio.
No processo para recorrer à 2ª Câmara Criminal do TJ, a defesa pediu pela desclassificação dos crimes de assassinato e de tortura para outros menos graves, além da redução da pena-base condenatória dos crimes.
Devido à tortura e homicídio, o pai e a madrasta de Lauanny foram condenados a 57 anos de prisão em regime fechado. O Tribunal do Júri foi em dezembro de 2021. Já a avó Suely foi sentenciada a 39 anos de reclusão.
Segundo divulgado nesta quarta-feira (3), o relator do caso, desembargador Francisco Borges, da 2ª Câmara Crimina, negou os pedidos de Willian, Ingrid e Suely.
Assassinada por mexer na farinha
Lauanny Hester foi torturada e morta pelo pai e madrasta simplesmente por mexer na farinha de trigo e detergente, subir na mesa e também quebrar uma lâmpada. O crime foi em 2019 em uma casa de Ariquemes.
William Monteiro da Silva e Ingrid Bernadino, acusados de matar Lauanny Hester, de 2 anos, em Ariquemes (RO) — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Vizinhos que ouviram a criança ser espancada chegaram a chamar uma ambulância, porém, quando a equipe médica chegou, a menina não tinha mais sinais vitais.
O corpo de Lauanny foi encontrado na saída da cozinha para a varanda. O pai e a madrasta da criança foram localizados e presos minutos depois, perto de uma prainha do Rio Jamari. Eles carregavam um bebê de 5 meses, filho do casal.
A menina morreu com muitas fraturas no corpo, inclusive com fraturas no crânio, tórax, quadril e abdômen, orelha, nariz, boca, rosto e um dos braços quebrado.
Durante o curso da investigação do caso, foi descoberto que a avó Suely tinha a guarda de Lauanny e estava proibida de entregar a criança ao pai. Devido a isso, acabou responsabilizada pela morte da criança e por abandono de incapaz.
William e Ingrid estão presos desde setembro de 2019, quando a criança foi encontrada morta na varanda de casa.
A avó paterna acabou sendo presa, durante a investigação do caso, porque ela tinha a guarda de Lauanny e estava proibida de entregar a menina ao pai.
Criança morre após ser espancada em Ariquemes — Foto: Rinaldo Moreira/G1
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