Substituto assinou moção de apoio ao ex-juiz quando foram divulgadas as mensagens da Vaza Jato e que dizia que Moro era "magistrado sério"

Porto Velho, RO - Depois de não conseguir transferência para outra jurisdição e de ser acusada de favorecer Sergio Moro diante das denúncias do empresário Tony Garcia, a juíza Gabriela Hardt deixou a 13a. Vara da Justiça Federal graças a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4a. Região. Para o seu lugar, o TRF-4 nomeou outro apoiador de Moro: Fábio Nunes de Martino.

Também foi nomeado para a 13a. Vara juiz federal substituto Murilo Scremin Czezacki. Gabriela Hardt foi acomodada na 3ª Turma Recursal do Paraná (TRPR), no lugar da juíza Graziela Soares, que foi convocada para atuar como auxiliar da Corregedoria Regional da 4ª Região.

Ou seja, Gabriela Hardt só foi para a 3a. Turma porque a Corregedoria convocou Graziela para atuar no órgão. Foi a Corregedoria que recomendou o afastamento de Eduardo Appio sem que ele fosse ouvido.

Appio é o titular da 13a. Vara Federal, mas ele foi afastado pela corte administrativa do TRF-4 depois que iniciou a verificação do destino de mais de R$ 3 bilhões arrecadados por Sergio Moro e Gabriela Hardt em acordos de delação e de leniência nos processos da Lava Jato.

O Conselho Nacional de Justiça realizou correição na 13a. Vara Federal, mas ainda não decidiu quanto ao pedido de Appio para voltar ao posto nem apresentou o resultado dos trabalhos. O corregedor nacional de Justiça, Luiz Felipe Salomão se encontra em Curitiba para atuar diretamente em atividades complementares da correição.

Nos bastidores do Judiciário, a nomeação de Fábio Nunes de Martino causou estranheza, em razão do fato de que, em 2019, ele foi um dos juízes federais que assinaram moção de apoio a Sergio Moro, depois que começaram a ser divulgadas as mensagens da Vaza Jato.

"Acreditamos que, enquanto juiz, Sérgio Fernando Moro jamais se desviou dos deveres exigidos de um magistrado sério, alinhado com os princípios éticos, comprometido com a busca da verdade e aplicação da Justiça, com o império da lei, com imparcialidade, atuando no maior caso de corrupção conhecido no mundo, com imensa dedicação, sacrifício e se sujeitando a riscos pessoais e familiares de toda ordem", diz um trecho da moção assinada por Fábio Nunes de Martino.

A pergunta que não quer calar: A festa da cueca ainda continua produzindo efeitos no TRF-4?

Com a palavra, o Conselho Nacional de Justiça.

Fonte: Brasil247