Michael e Kristine Barnett contam que menina tentou matá-los e tinha doença psicológica; história se tornou tema de documentário

Porto Velho, RO - A família do americano Michael Barnett adotou, em 2010, uma menina ucraniana que eles acreditavam ter 6 anos. O que não esperavam, no entanto, era que ela fosse uma anã, que eles afirmam agora ser uma "sociopata adulta disfarçada de criança".

A história se tornou tema de um documentário, no qual, em um trecho, o homem treme de raiva, chora e soca o chão, enquanto grita que eles foram "todos abusados" por Natalia Grace, na época com 22 anos.

Michael e Kristine Barnett adotaram a menina em 26 de abril de 2010, acreditando que estavam levando para casa, em Indiana, nos Estados Unidos, uma criança de 6 anos.

Mas as coisas rapidamente pioraram quando, segundo eles, ela se tornou violenta. O casal, então, começou a suspeitar que ela fosse uma pessoa adulta se passando por criança — história conhecida por ser o roteiro do filme A Órfã.

"Ela tentou envenenar e matar minha esposa", afirmou Michael. "Uma noite, eu abri meus olhos e Natalia estava de pé ao lado da cama com uma faca na mão."

“Ela fazia declarações e desenhos dizendo que queria matar membros da família, enrolá-los em um cobertor e colocá-los no quintal”, disse Kristine ao DailyMailTV, emissora ligada ao diário britânico de mesmo nome.

“Definitivamente não me sinto seguro perto de Natalia”, disse Jake, um dos filhos deles, em outro trecho do documentário.

A situação fez com que, em 2012, dois anos depois da adoção, Michael e Kristine entrassem com uma petição no Tribunal de Sucessões do Condado de Marion para que a idade de Natalia fosse legalmente alterada para 22 anos, mudando o ano de nascimento dela de 2003 para 1989.

“Natalia era uma mulher. Ela menstruava. Ela tinha dentes adultos. Ela nunca cresceu 1 centímetro", afirmou Kristine. “Todos os médicos confirmaram que ela sofria de uma doença psicológica grave, diagnosticada apenas em adultos."

Após o pedido ser atendido, o casal se mudou para o Canadá com os três filhos biológicos, onde o mais velho, Jake, deveria começar a faculdade, e deixou a jovem sozinha em um apartamento que conseguiu para ela na cidadezinha de Lafayette, também no estado de Indiana.

Apesar disso, esse capítulo da vida dos dois, que mais tarde se divorciaram, não tinha sido encerrado. Michael e Kristina foram acusados ​​de negligência, pois as autoridades disseram que Natalia — que foi deixada sozinha três anos antes — dependia do casal por ter displasia espondiloepifisária, doença rara que provoca, entre outras consequências, o nanismo.

Eles também enfrentaram acusações por negligenciar uma criança, mas as alegações foram retiradas devido à mudança de idade legal e ao estatuto de limitações.

A jovem também testemunhou, durante o julgamento de Michael, e disse que não queria morar em Lafayette. "Eu queria estar com os Barnetts", disse ela, segundo o Lafayette Journal & Courier. "Eu queria viver com eles", completou a mulher.

Já em um episódio de 2019 do programa americano Dr. Phil, Natalia, que foi adotada novamente, negou ser adulta, e os novos pais da jovem a defenderam, afirmando que ela era uma "menina amorosa genuína" e não uma "sociopata adulta disfarçada de criança", como afirmou o casal de Indiana.

Em outubro de 2022, Michael Barnett foi considerado inocente de três acusações de negligência e conspiração para cometer negligência de um dependente. As acusações contra Kristina foram retiradas quase seis meses depois, em março de 2023, três semanas antes do julgamento.

O documentário sobre a história de Natalia será lançado no dia 29 de maio.

Fonte: R7