Abertura da comissão depende agora da leitura do requerimento pelo presidente da Câmara

Porto Velho, RO - O líder do PP na Câmara, deputado André Fufuca (MA), informou que conseguiu as assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas. Até agora, disse ele, 187 parlamentares anuíram ao pedido, ante as 171 assinaturas necessárias.

O pedido de Fufuca tem o objetivo de investigar a suspeita de fraude contábil na Americanas que, de acordo com o requerimento, afetou “a credibilidade de todo o mercado de ações no Brasil e é do interesse público assegurar que os investidores possam ter absoluta certeza de que a economia popular não será nunca prejudicada por qualquer tipo de fraude, erros ou acobertamentos de rombos em balanços.

Em 11 de janeiro, a varejista anunciou um rombo de R$ 2 bilhões no balanço da empresa. “Não é uma CPI governista ou de oposição. É uma CPI suprapartidária”, afirmou o líder do PP ao site Congresso em Foco. “Precisamos saber de onde partiu isso.

Se foi iniciativa da empresa, se existe isso em outras empresas. Se foi fato isolado, se começou em outros anos e lugares. A CPI é um instrumento para dirimir essas dúvidas”, disse o deputado.

A criação da CPI depende agora da leitura do requerimento pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em evento do banco BTG Pactual no mês passado, Lira citou o pedido e afirmou que a Câmara atuaria com cuidado. “O que aconteceu foi muito grave, principalmente o que diz respeito às empresas de auditoria”, afirmou.

Reportagem publicada na quarta-feira 7 pelo jornal Valor Econômico, afirma que a comissão também deve se debruçar sobre outras empresas do 3G, grupo formado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, donos da Americanas. Eles controlam ainda a AB Inbev, principal acionista da empresa de bebidas Ambev, e têm ações dos gigantes do setor de alimentos Burger King e Kraft Heinz.

Um dia depois de anunciar o rombo, a empresa pediu recuperação judicial, que foi aceita, e tramita na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Com a repercussão dos fatos, o conselho de administração da Americanas se afastou, em fevereiro.

Fonte: Revista Oeste