Resgates como esses estão se tornando, no entanto, cada vez mais raros

Porto Velho, RO - Mais duas pessoas foram retiradas com vida dos escombros na Turquia, nesta sexta-feira, 11 dias depois do terremoto que matou mais de 43 mil no país e na Síria. Agências de ajuda intensificam esforços para auxiliar milhões de pessoas que ficaram desabrigadas.

Osman Halebiye, de 14 anos, foi resgatado durante a noite na cidade de Antáquia, no Sudeste da Turquia, 260 horas após o forte terremoto que ocorreu na madrugada de 6 de fevereiro, disse a agência de notícias estatal Anadolu. Ele foi levado para um hospital.

Mustafa Avci, de 34 anos, também foi encontrado vivo em Antáquia 261 horas após o terremoto. Ao ser levado em maca, ele foi colocado em videochamada com os pais, que lhe mostraram seu bebê recém-nascido.

"Eu tinha perdido completamente a esperança. Isso é um verdadeiro milagre. Eles me devolveram meu filho. Eu vi os destroços e pensei que ninguém poderia sair vivo de lá. Estávamos preparados para o pior", disse seu pai, Ali Avci.

Resgates como esses estão se tornando, no entanto, cada vez mais raros após o terremoto mais letal da história moderna da Turquia - um tremor de magnitude 7,8, seguido por um terremoto igualmente poderoso horas depois. O número de mortos na Turquia agora é de 38.044, disseram autoridades.

Na vizinha Síria, devastada por mais de uma década de guerra civil, as autoridades relataram mais de 5.800 mortes. O número não muda há dias.

A maior parte das mortes na Síria ocorreu no noroeste, em área controlada por insurgentes que estão em guerra com o presidente Bashar al-Assad - um conflito que complicou os esforços para ajudar as pessoas afetadas pelo terremoto.

Os lados se enfrentaram durante a noite pela primeira vez desde o desastre, com forças do governo bombardeando os arredores de Atareb, cidade controlada por rebeldes e gravemente atingida pelo terremoto, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos nesta sexta-feira.

A Reuters não pôde verificar o relato de forma independente.

Turquia e Síria não disseram quantas pessoas ainda estão desaparecidas.

Para as famílias que ainda esperam resgatar parentes na Turquia, há irritação crescente sobre o que consideram práticas de construção corruptas e um desenvolvimento urbano profundamente falho, que resultou na desintegração de milhares de casas e estabelecimentos.

A Turquia prometeu investigar qualquer pessoa suspeita de responsabilidade pelo desabamento de edifícios e determinou a detenção de mais de 100 suspeitos, incluindo construtores.

A Organização das Nações Unidas (ONU) apelou por mais de US$ 1 bilhão em recursos para a operação de socorro turca, apenas dois dias depois de lançar um apelo de US$ 400 milhões para os sírios.

As pessoas têm dormido em tendas, mesquitas, escolas ou carros em toda a extensa zona do desastre, tendo que lidar com temperaturas congelantes do inverno.

Fonte: Agência Brasil