Ministério da Saúde divulgou estado de saúde de menores atendidos

Porto Velho, RO - Das 19 crianças indígenas da etnia Ianomâmi com quadro de desnutrição grave atendidas na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, 15 ganharam peso e passaram para a categoria moderada, informou o Ministério da Saúde nesta quarta-feira.

Todas têm entre seis meses e cinco anos e seguem em acompanhamento pelas equipes de saúde na unidade. O atendimento é feito por profissionais de saúde da Força Nacional do SUS e da secretaria estadual de Roraima. Entre 1º e 12 de fevereiro, 361 pacientes foram atendidos na Casai, e 133 receberam alta até a última quinta.

— Fui na Casai ontem para ver as crianças, as crianças ganharam bem o peso, tiveram uma boa recuperação. Os recuperados serão enviados de volta às comunidades. Agora, os recuperados precisam ser acompanhados por profissionais dentro das comunidades — diz o presidente do Conselho Sanitário e integrante do COE-Yanomami, Júnior Hekurari.

Segundo a pasta, o próximo passo é a continuidade do tratamento das crianças internadas e a identificação de mais crianças com o problema de saúde em aldeias.

“Isso vai ocorrer de maneira gradual conforme sejam ampliados os quantitativos de profissionais, bem como sua qualificação e deve ser pactuado no âmbito do COE-Yanomami para as próximas semanas. Os quadros gravíssimos seguem sendo atendidos nos hospitais de referência da região”, afirma nota da Saúde.

O COE-Yanomami avalia a evolução de forma positiva, considerando o número de melhoras e o curto tempo de tratamento até aqui. “Mesmo sendo apenas uma amostra da população total de crianças desnutridas, é sinal de que o empenho das equipes e as estratégias adotadas até aqui funcionam e podem ser replicadas”, alega a pasta.

O acerto, segundo a equipe do comitê, se deve a dois fatores. O primeiro é seguir os protocolos estabelecidos em um manual do ministério para manejo da desnutrição grave, e o segundo acompanhar de forma permanente os pacientes na Casai.

— Felizmente a gente conta também com o apoio de antropólogos que auxiliaram nos procedimentos necessários para atender essas crianças dentro da Casai. A adesão ao tratamento é um desafio considerando que [o uso desse tipo de alimento] não é parte da cultura deles, isso é desafiador — avalia a integrante do COE Mariana Madruga à pasta.


Fonte: O GLOBO