Cantora brasileira disputou uma das quatro principais categorias da premiação musical depois do sucesso de 'Envolver'

Porto Velho, RO - Anitta perdeu o prêmio de artista revelação no Grammy, a premiação mais importante da indústria da música, que foi dado a Samara Joy. A 65ª edição da cerimônia aconteceu na noite deste domingo (5), em Los Angeles, nos Estados Unidos.


Depois de Astrud Gilberto em 1965, ela foi a segunda mulher brasileira ser indicada a esta que é uma das quatro principais categorias do prêmio —além de álbum, gravação e música do ano. Competia com nomes como a rapper Latto, o grupo Wet Leg, o cantor Omar Apollo e a banda Maneskin, do hit 'Beggin'".

Anitta usa fantasia de Guerreira Brasileira - @anitta no Instagram

A cantora, que mantém carreira bem-sucedida no Brasil há pelo menos dez anos, foi reconhecida pelo prêmio depois de explodir com "Envolver", música que viralizou no TikTok e escalou ao topo da lista de músicas mais ouvidas do mundo no Spotify. Foi a primeira vez que um brasileiro alcançou o feito.

Antes de Anitta, outros brasileiros já foram indicados, mas nunca saíram vencedores, na categoria de artista revelação. Foram os casos de Astrud Gilberto e Tom Jobim em 1965, e Eumir Deodato em 1974.

E alguns brasileiros também chegaram a ganhar prêmios dos quatro mais prestigiados, que engloba todos os gêneros. Em 1965, "The Girl from Ipanema", a versão em inglês de "Garota de Ipanema" —que, inclusive, foi sampleada por Anitta em "Girl from Rio"— rendeu um prêmio de gravação do ano para Astrud Gilberto e o saxofonista americano Stan Getz. Naquele mesmo ano, João Gilberto venceu em álbum do ano, com "Getz/Gilberto".

Diversos brasileiros já foram indicados e saíram vencedores em categorias setorizadas, de nicho, do Grammy. Este ano, por exemplo, a brasileira Flora Purim disputou —e perdeu— a estatueta de melhor álbum latino de jazz, com "If You Will", e o grupo de MPB Boca Livre ganhou o prêmio de melhor álbum de pop latino, com "Pasieros", em que toca ao lado do panamenho Rubén Bladés.

Nomes como Eumir Deodato, Sergio Mendes, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros, já levaram estatuetas para casa no passado. Em todos esses casos, em categorias de estilos musicais específicos.

A disputa do prêmio por Anitta é resultado de um trabalho de divulgação da sua obra no país com a indústria fonográfica mais influente do mundo. Foi um processo que começou com o álbum "Kisses", de 2019, mas se intensificou com "Versions of Me", disco lançado no ano passado e com várias músicas em inglês e com produtores conhecidos do pop americano.

A 65ª edição do Grammy também teve Beyoncé se consagrando como a pessoa com mais gramofones na história da premiação. Gal Costa e Erasmo Carlos, mortos no ano passado, foram lembrados na cerimônia.

Fonte: Folha de São Paulo