Casa Branca diz que não recebeu nenhum pedido formal sobre situação de Bolsonaro nos EUA

Porto Velho, RO - O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou nesta segunda-feira (9) que a Casa Branca não recebeu nenhuma solicitação formal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerca do status do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em uma entrevista coletiva na Cidade do México, Sullivan reiterou a confiança nas instituições democráticas do Brasil e disse que, aparentemente, elas estão mantendo o cenário sob controle após o ataque de extremistas às sedes dos Três Poderes neste domingo (8).


O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, durante entrevista coletiva em Washington - Brendan Smialowski - 12.dez.22/AFP
O assessor também negou qualquer contato entre a Casa Branca e Bolsonaro, que foi para os EUA às vésperas do fim de seu mandato.

Ao menos dois deputados do Partido Democrata, a mesma sigla do presidente Joe Biden, fizeram publicações nas redes sociais pedindo que Bolsonaro não seja autorizado a permanecer nos EUA.

No domingo, o ex-presidente se manifestou nas redes sociais e, isentando-se de responsabilidade, criticou as depredações associando-as à esquerda. "Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra".

"Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade", escreveu Bolsonaro, repudiando "as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do Executivo do Brasil".

O ex-presidente está na Flórida desde o fim de dezembro e pouco tem dado declarações públicas. Ele vem se mantendo recluso desde a derrota no segundo turno, em outubro. Na manhã desta segunda, fez novas publicações exaltando feitos de seu mandato —sem qualquer menção aos ataques orquestrados por seus apoiadores e às operações policiais que desmontaram acampamentos bolsonaristas em Brasília.

No início da tarde, o ex-presidente deu entrada em um hospital na Flórida, com dores abdominais. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada com pessoas próximas a Bolsonaro pela agência de notícias Reuters.

Fonte: Folha de São Paulo