Pelo menos 40 ônibus deixaram o local com os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro

Porto Velho, RO - A Polícia Militar do Distrito Federal reforçou a tropa ostensiva em frente ao QG do Exército, depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moares, que deu 24 horas para que acampamentos fossem encerrados. O número de presos subiu para 1,2 mil por participarem dos atos de vandalismo ontem em Brasília, segundo informações do Ministério da Justiça.

Golpistas que estavam acampados estão sendo levados para a sede da Polícia Federal. Pelo menos 40 ônibus lotados com extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro deixaram o local na manhã desta segunda-feira, 09.

Policiamento é reforçado no QG do Exército após decisão de Moraes para acabar com o acampamento em 24 horas Foto: Wilton Junior/Estadão

O acampamento no QG foi de onde eles partiram para promover os atos de extremismo. A marcha até a Esplanada dos Ministérios na contramão do Eixo Monumental, avenida central de Brasília, foi acompanhada por batedores da Polícia Militar. Quando chegaram em frente ao Congresso, a PM não ofereceu resistência ao grupo que invadiu o edifício.

Na noite deste domingo, os radicais começaram o caminho de volta para o QG. A Polícia Militar montou um cordão de isolamento nos prédios enquanto os extremistas seguiam unidos no caminho de retorno ao acampamento. Após o controle da Esplanada dos Ministérios ser retomado pela Força Nacionais, os manifestantes também se concentraram na região da rodoviária do Plano Piloto, onde os policiais montaram uma barreira de segurança para bloquear o acesso à Esplanada.

Apesar da destruição deixada por golpistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai despachar do Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 9, para mostrar à sociedade brasileira e ao mundo que as instituições estão preservadas, segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo, Paulo Pimenta. ”Não vão paralisar as instituições, presidente vai fazer reunião aqui no Planalto. O espaço físico foi violado, mas conteúdo dos Três Poderes está preservado”, afirmou o ministro.

Lula confere estragos no Palácio do Planalto no domingo, 8. Foto: Wilton Junior/Estadão

Lula está reunido neste momento, em seu gabinete, que não foi invadido, com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e com o ministro da Corte Luís Roberto Barroso. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também participa.

Às 10h, a reunião será com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e com os chefes das Forças Armadas: general Júlio Cesar de Arruda, comandante do Exército; almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha; e tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica.

Às 18h, Lula fará uma reunião com governadores. O objetivo de todos os encontros é discutir a resposta institucional aos atos golpistas que resultaram ontem na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Cadeiras de ministros arrancadas, pichações e janelas destruídas

Plenário do Supremo foi depredado. Cadeiras, brasão e outros objetos foram arrancados do local por invasores.