A partir da postura do jovem advogado e/ou interações que provocou em sua rede social, o mesmo teria recebido mensagem de cunho homofóbico

Porto Velho, RO - No início do mês de dezembro do ano de 2022, o jovem advogado Welington Franco postou na rede social, instagran, um vídeo em que criticava a qualidade da água fornecida pela concessionaria de serviço público CAERD.

A partir da postura do jovem advogado e/ou interações que provocou em sua rede social, o mesmo teria recebido mensagem de cunho homofóbico de um assessor do Diretor Técnico Operacional da Empresa responsável pelo abastecimento de água, Lauro Fernandes.


Figura 1 Lauro Fernandes, Diretor Técnico Operacional da CAERD, explicando o ocorrido após divulgação de Welington Franco.

Logo após, nova postagem de Welington, informando o ocorrido, o Diretor operacional veio a público esclarecer os fatos, noticiando o afastamento do assessor que impulsionava suas redes sociais e na mesma oportunidade procurou se desculpar com Welington. O fatídico episódio movimentou o oportunismo político e inflou polarização político discursiva sobre “homofobia e vitimismo”, nas redes sociais.

Segundo informações levantadas pelo nosso jornalismo, amigos em comum dos advogados Wellington e Lauro tentaram apaziguar e intervir no incidente, que teria sido provocado por terceiro da relação, o que não foi aceito pelo jovem advogado Welington. Conforme esses amigos, o jovem advogado teria dito que buscaria de todos os meios para prejudicar seu colega de profissão, Lauro Fernandes.

De outro lado, o Diretor operacional, descontente e certo do “animus difmandi” de Welington, contratou destacado advogado criminalista para obstar o crime que entende ser, também, vítima. Nossa reportagem conversou com o Dr. Jackson Chediak, que é conhecido pelos êxitos em ação penal. Chediak, como é chamado, advoga para renomados políticos do Estado de Rondônia, tendo sido responsável pela quebra da imunidade parlamentar material do ex-deputado estadual Hermínio Coelho.

Chediak é Doutor em Retórica e Argumentação, pesquisador da seara criminal e militante da judicialização de causas sociais. O renomado advogado criminalista se prontificou a defender a causa de Lauro Fernandes, por firmar convencimento de ter o jovem advogado Welington cometido crime contra honra: “De fato, o assessor do meu cliente precisa se retratar e/ou responder pelos seus atos, porém é inadmissível a conduta do jovem colega que a pretexto de sofrer injúria, em um diálogo reservado, leva o ocorrido à opinião pública, com claro objetivo de difamar a honra do Lauro Fernandes”.

Para Chediak, um crime não justifica e/ou compensa o outro. Isso, devido ao fato do advogado Welington Franco conhecer o procedimento e não poder se esquivar alegando ignorância da lei: “crime de ação penal privada tem como requisito de procedibilidade a oferta de uma queixa crime e não submissão ao julgamento público em rede social. Tal postura, na nossa compreensão, alcança outras pretensões, como mácula a honra e imagem de desafeto”.

O advogado explicou que Welington ao ter a honra subjetiva afrontada, em um ambiente reservado, ou seja, conversa no privado, não poderia ter dado publicidade para destruir a honra objetiva de Lauro Fernandes: “Ele não é uma pessoa comum e não buscou as redes por indignação.

Trata-se de um advogado, com animus, nitidamente, de difamação, ou mesmo de afetar a imagem pública do responsável pelo perfil”. Ações privadas e processos não se discutem no instagram. Quando isso ocorre, o que se pretende é fama em detrimento da destruição de outro!”.

Há informações, também, que o jovem advogado pertence ao grupo político de Expedido Junior, sendo assessor parlamentar do Vereador Rair Ferreira que teria provocado a casa legislativa a abraçar um egoístico interesse de Welington. Para a Presidente da Associação em defesa da criminalização da homofobia, o ódio a orientação sexual não se combate com ódio ou vingança, pois se estaria “utilizando do mesmo instrumento reprovável”.

As divulgações dadas ao caso dividiram opiniões. De um lado, internautas posicionam-se contrários à atitude de Welington, afirmando que o mesmo estaria se vitimizando e buscando promoção pessoal, já que não haveria qualquer sentimento de indignação moral, mas tão somente espécie de oportunismo. Em outra frente, seguidores do jovem advogado se solidarizaram e apoiaram sua atitude.

Para o douto advogado Jackson Chediak, houve limite jurídico afrontado por Welington, não sendo o julgamento da rede social capaz de isentá-lo de pena: “A lei de crimes contra a honra permite a utilização de um recurso chamado exceção da verdade para os crimes de calunia, que significa uma oportunidade do agressor comprovar que determinado crime fora ou não praticado por alguém. Tal instrumento exclui a calunia, porém não tem o mesmo efeito, tratando-se do crime de difamação”.