Alan Diego Rodrigues é citado, no depoimento de George Washington, como o responsável por deixar a bomba no eixo de um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília



Alan Diego Rodrigues teria dado a ideia de explodir a bomba na subestação de energia de Taguatinga - (crédito: Redes sociais)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está no encalço de um homem identificado como Alan Diego Rodrigues, 32 anos, suspeito de envolvimento no atentado terrorista próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.

Conforme o Correio revelou em primeira mão, o empresário George Washington De Oliveira Sousa, 54, preso por armar o artefato, confessou, em depoimento, que Alan foi o responsável por levar o explosivo ao local.

Alan Diego Rodrigues é natural de Comodoro (MT) e trabalha como eletricista. Desde o final de novembro, o homem compartilha, nas redes sociais, os movimentos das pessoas acampadas em frente ao Quartel-General do Exército (QG).

Em uma das publicações, Alan filma as palavras de ordem faladas pelo por José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tsereré e preso por atos antidemocráticos.

O homem é citado no depoimento de George como o responsável por deixar a bomba no eixo de um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação (28 mil no primeiro compartimento, e 35 mil no segundo), na Estrada Parque Aeroporto (Epar), em frente à Concessionária V1. Na delegacia, o empresário contou que o plano inicial seria explodir a bomba na subestação de Taguatinga, já que era mais fácil derrubar os postes.

George disse que disponibilizaria o artefato e uma mulher, ainda não identificada, se ofereceu para transportar o material ao local indicado.

No entanto, segundo George, "a mulher deu para trás". Foi quando surgiu Alan, que se mostrou disposto e animado com a ideia. “Em posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba colocando uma banana de dinamite conectada a um acionador dentro de uma caixa de papelão, que poderia ser disparada pelo controle remoto a 50 a 60 metros de distância.

Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto”, disse o bolsonarista, durante o depoimento.

A bomba foi deixada na Epar entre 22h de sexta-feira (23/12) e 5h de sábado (24/12). As investigações conduzidas pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) constataram que o suspeito de levar o artefato perambulou por todo esse tempo no local para encontrar o melhor local para deixar o material.

George afirma que só soube, pela TV, ainda na sexta-feira e constatou que Alan não seguiu o plano original. Alan é procurado pela polícia, bem como um terceiro suspeito.

Suspeito de ajudar terrorista estava no quebra-quebra do dia 12

O bolsonarista Alan Diego Rodrigues também aparece em fotos com políticos aliados de Jair Bolsonaro, como o senador eleito Magno Malta Sarah Teófilo.

Matheus Veloso

O bolsonarista Alan Diego dos Santos Rodrigues, apontado como suspeito de atuar na organização de atentados a bomba em Brasília, esteve no quebra-quebra promovido há duas semanas por apoiadores de Jair Bolsonaro na região central da capital.

O ato, iniciado em frente à sede da Polícia Federal, terminou com carros e ônibus incendiados e prédios depredados.

Alan Diego aparece em imagens feitas durante o quebra-quebra (uma delas é a foto em destaque que abre este texto). Naquele dia, policiais destacados para conter a ação dos radicais não prenderam ninguém.

Como informou a coluna Na Mira, o nome do militante foi mencionado no depoimento de George Washington de Oliveira Sousa, o extremista preso pela Polícia Civil do Distrito Federal sob suspeita de tentar explodir uma bomba no aeroporto de Brasília.

No depoimento, George Washington disse que Alan se ofereceu para instalar outro explosivo, cujo objetivo era interromper a transmissão de energia elétrica em parte da cidade. Os dois se conheceram no acampamento montado por bolsonaristas nos arredores do QG do Exército.

George foi o responsável por fabricar o explosivo. Segundo ele, Alan “se voluntariou para instalar a bomba nos postes que transmissão de energia que ficam próximos à subestação de Taguatinga”. “Insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade”, disse no depoimento.

Alan Diego está sendo procurado pela Polícia Civil. Nas redes sociais, o militante exibe fotos com vários políticos bolsonaristas, como o senador eleito Magno Malta e os deputados Hélio Lopes e José Medeiros (veja as fotos na galeria abaixo).