Batizada Sofisma, ofensiva cumpre 29 mandados de busca e apreensão, a mando da 3ª Vara Criminal Federal do Rio, para apurar supostos crimes de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro

Porto Velho, RO - A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira, 17, 29 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo no bojo de uma investigação que mira suposta organização criminosa que ‘se utilizava de instituição de ensino e pesquisa de renome nacional’, no caso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Batizada Sofisma, a ofensiva apura um esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, o nome da Operação faz ‘alusão à figura grega dos Sofistas’. “Filósofos que, através da argumentação, transvestiam de veracidade informações que sabiam ser falsas, com a intenção de manipular a população”, afirmou a corporação.



PF esteve na sala de diretor FGV em Botafogo, no Rio. Foto: Polícia Federal

A etapa ostensiva do inquérito foi aberta pelo juízo da 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, que ainda deferiu ordens de sequestro e cautelares restritivas. Cerca de cem policiais participam das diligências, cumprindo 26 mandados na capital fluminense e três na capital paulista.

Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início em 2019, após informações de que a FGV ‘era utilizada por órgãos federais e por vários outros órgãos estaduais para fabricar pareceres’. Os investigadores apontam que tais documentos ‘mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos que resultaram em pagamento de propinas’ – “funcionando como um verdadeiro ‘biombo legal’”.

“Apurou-se que a entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela”, afirmou a PF em nota.

A corporação informou ainda que, para ‘lavar’ o dinheiro, executivos sob suspeita não só usavam empresas de fachada nacionais como titularizavam offshores em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas, o que indica possíveis evasão de divisas e ilícitos fiscais.


PF fez busca em empresa suspeita de ser utilizada pelo grupo criminoso para lavagem de dinheiro. Foto: Polícia Federal

COM A PALAVRA, A FGV

A reportagem entrou em contato com a instituição. O espaço está aberto para manifestações.

Fonte: Esadão