Categoria realiza bloqueios em estradas por todo o Brasil após a derrota de Bolsonaro

Porto Velho, RO - Após caminhoneiros bolsonaristas fecharem estradas pelo Brasil contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Polícia Militar do Distrito Federal bloqueou parte da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, por precaução contra possíveis invasões.

"A Esplanada foi isolada preventivamente para evitar que caminhões invadam a região. A ideia é proteger os órgãos públicos e manter a ordem", afirmou a PM, em nota.

A região bloqueada compreende a Praça dos Três Poderes, onde fica o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em diversas regiões do Brasil, caminhoneiros fecharam vias em protesto contra a vitória do ex-presidente Lula e a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.


A PRF (Polícia Rodoviária Federal) confirmou ter sido registrado até o momento bloqueios ou aglomerações em vias de 14 estados e do Distrito Federal. Há pelo menos 94 bloqueios em todo o país.

A corporação não informou quantas ocorrências em cada um dos estados. Houve ou estão em andamento protestos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em Minas Gerais, São Paulo, no Rio de Janeiro, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, no Pará, no Acre, no Amazonas e no Distrito Federal.

Por outro lado, um dos líderes da greve de 2018, o caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, pediu aos colegas que suspendam os bloqueios.

"Nesse momento, parar o país vai prejudicar muito a democracia desse país. Precisamos ter reconhecimento da democracia, da vitória do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]", afirma ele, em vídeo divulgado por redes sociais.

A PRF acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para tentar uma medida judicial que impeça a ocupação de estradas federais, como está ocorrendo desde a madrugada desta segunda-feira (31).

Criticada pela atuação em meio aos bloqueios de estradas, a polícia se defende afirmando que desde o início dos bloqueios "adotou todas as providências para o retorno da normalidade dos fluxos", direcionando equipes para os locais e iniciando negociações.

Mas disse que tenta usar o diálogo para garantir, "além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos". Com o recurso à Justiça, a PRF quer uma medida que impeça os manifestantes de interromperem o fluxo de veículos.

A Esplanada também foi fechada às vésperas dos atos de Sete de Setembro, quando caminhões invadiram a área em apoio a Bolsonaro.

O presidente, inclusive, mandou o Exército liberar a entrada dos veículos nas vias do local, mas a polícia do Distrito Federal negou e barrou a manifestação da categoria.

Fonte: Folha de São Paulo