Promoção faz parte da Semana Brasil; nesta segunda, STF suspendeu decretos de armas de Bolsonaro

Porto Velho, RO - A Taurus está oferecendo "condições especiais" para a compra de fuzis e carabinas. A promoção faz parte da Semana Brasil, espécie de Black Friday antecipada para incentivar as vendas do varejo criada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em 2019.

A iniciativa ocorre em um momento de tensão. Nesta segunda (5), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinou restrições sobre o número de armas e munições que podem ser obtidas por CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), sob o argumento de aumento do risco de violência política na campanha eleitoral.

A decisão ocorre às vésperas do 7 de Setembro, data em que são esperados atos bolsonaristas em apoio ao presidente —uma das principais bandeiras do grupo é o armamento.

Entre os produtos ofertados pela Taurus está o Fuzil T4 calibre 5.56 NATO, com capacidade para 30 tiros, de uso militar e policial. Segundo a fabricante, a arma atualmente também é utilizada em "campeonatos, treinos e lazer".

A empresa prepara ainda um lançamento para celebrar o 7 de Setembro. A fabricante vai lançar a coleção Taurus Independência, com 200 unidades de cada modelo.

"A primeira pistola que fabricamos está agora renovada para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil", anuncia em seu perfil no Instagram.

Entre os novos modelos, há os com gravação da bandeira do Brasil e a frase "já raiou a liberdade no horizonte do Brasil".

O governo Bolsonaro já editou 19 decretos, 17 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que flexibilizam as regras de acesso a armas e munições.

Na sua gestão, além de estimular o cidadão comum a se armar, o presidente deu acesso à população a calibres mais poderosos.

Para aliados do presidente, em campanha pela reeleição, a decisão de Fachin é uma "provocação".

Em julho deste ano, o número de armas de fogo nas mãos dos CACs chegou a 1 milhão. Essas categorias têm sido as mais beneficiadas por normas editadas no governo Bolsonaro. Muitos têm aproveitado para andar armados mesmo quando não estão a caminho dos locais de prática de tiro ou caça.

Fonte: Folha de São Paulo