Diretor do Inpec informou que os internos foram atingidos por um incêndio causado por eles mesmos; caso está sendo investigado pelas autoridades

Porto Velho, RO - Pelo menos 51 detentos morreram e 24 ficaram feridos após uma tentativa frustrada de fuga em uma prisão de Tuluá, município no sudoeste da Colômbia, na madrugada desta terça-feira, 28, segundo um porta-voz do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec). Um primeiro balanço dava conta de 49 mortos e 30 feridos.

Mas o ministro da Justiça, Wilson Ruiz, atualizou os números: “51 pessoas privadas de liberdade morreram e outras 24 ficaram feridas”. Dos feridos, “seis estão internados na unidade de terapia intensiva de Tuluá”, acrescentou.

Num primeiro momento, as autoridades disseram que o incêndio foi provocado após uma tentativa de fuga, mas no decorrer das horas foi ganhando peso a versão de rebelião provocada por uma briga. “Esta situação foi causada por uma briga que surgiu entre dois detentos”, informou o ministro. “Um dos internos ateou fogo – ele estava furioso, transtornado – em um colchonete, o que provocou a conflagração”, acrescentou.

O general Tito Castellanos, diretor do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec), especificou que entre os feridos há seis agentes penitenciários, que tentaram socorrer os presos. Segundo ele, “o corpo de Bombeiros de Tuluá já controlou a situação”. A prisão é fortemente vigiada por policiais e militares. Até meio-dia, os corpos não haviam sido retirados da prisão.

O general informou que o presídio abrigava 1.267 detentos, 17% a mais que a sua capacidade. A perícia trabalha na identificação das vítimas. No local exato afetado pelas chamas havia 180 detentos, que colocaram fogo em colchonetes para impedir a entrada da polícia no pavilhão. Os agentes tentaram controlar o incêndio com extintores e conseguiram retirar dezenas de presos com vida.

O presidente Iván Duque citou o ocorrido no Twitter, sem mencionar números. “Lamentamos os acontecimentos ocorridos no presídio de Tuluá”, escreveu. “Dei instruções para realizar investigações para esclarecer essa terrível situação. Minha solidariedade às famílias das vítimas”, acrescentou o presidente. O sistema penitenciário colombiano abriga 97.426 presos. A superpopulação é de 16.251, o equivalente a 20%, segundo o Inpec.

O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, expressou suas condolências aos familiares das vítimas no Twitter e pediu “um repensar completo da política carcerária diante da (…) dignidade do preso”. “O Estado colombiano encara a prisão como um espaço de vingança e não de reabilitação”, acrescentou o esquerdista, que assumirá o cargo em 7 de agosto, evocando a morte de 23 presos durante um motim na prisão La Modelo, em Bogotá, em março de 2020.

Fonte: JP News