Núcleo ideológico trabalha para que executivo seja transferido para uma função menor em outro banco público ou seja abrigado no próprio Palácio no futuro

Porto Velho, RO - Integrantes da ala ideológica do Palácio do Planalto têm buscado uma espécie de “saída honrosa” para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que foi alvo de denúncias de assédio sexual.

Como mostramos mais cedo, a sua demissão é tida como certa. O governo já escolheu até o nome de sua substituta: Daniella Marques Consentino, braço direito do ministro Paulo Guedes e hoje secretária de Produtividade e Competitividade.

Apesar da gravidade das denúncias, o núcleo ideológico do governo federal trabalha para que Guimarães seja transferido para uma função menor em outro banco público ou seja abrigado no próprio Palácio do Planalto em um futuro próximo.

A visão dessa ala é que, apesar da gravidade das denúncias, Guimarães tem o direito a se defender. Nas palavras de um integrante desse núcleo a O Antagonista, “é preciso entender o que foi de fato assédio ou o que foi abraço de amigo”.

Apesar de tentar minimizar as denúncias, os aliados de Pedro Guimarães comparam a situação dele com a do ex-ministro do MEC Milton Ribeiro, acusado de fazer parte de um esquema de corrupção na pasta. Para a ala ideológica, nem no caso de Milton Ribeiro, que foi alvo da PF, foram levantadas provas cabais contra o ex-auxiliar bolsonarista.

Além disso, esse grupo afirma, reservadamente, que “não se pode demitir ninguém com base em uma matéria de jornal”.

O presidente Jair Bolsonaro também resiste em assinar a demissão de Guimarães, considerado um de seus principais aliados.

Por isso, o presidente da Caixa tem sido pressionado a deixar o cargo o quanto antes e livrar o presidente desse desgaste. Segundo o jornal O Globo, o núcleo político bolsonarista teme que essa indefinição traga a crise para o centro do Palácio do Planalto.

Em outros episódios, o governo federal já acolheu os integrantes do chamado núcleo ideológico em meio a crises de grandes proporções.

O hoje secretário nacional de Justiça, José Vicente Santini, foi exonerado após usar um voo da FAB, mas retornou ao Poder Executivo. O ex-ministro Abraham Weintraub, ao deixar a Esplanada, foi agraciado com o cargo de diretor executivo do Banco Mundial, em Washington.