Nome marcante da arte abstrata no Brasil morreu em Botafogo, na Zona Sul do Rio

Porto Velho, RO - Morreu na manhã desta sexta-feira (22), aos 91 anos, o pintor Paiva Brasil, no Hospital Casa Rio Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo marido, o também artista plástico Wilson Piran. Em mais de 70 anos de carreira, Paiva Brasil se consagrou como um dos principais nomes da geometria e arte abstrata no país.

Nascido em 8 de agosto de 1930, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, José Brasil de Paiva iniciou seus estudos artísticos no final dos anos 1940, no antigo Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.Em 1954, teve aulas com nomes como o pintor Samson Flexor e o cenógrafo Santa Rosa, no Museu de Arte Moderna.

Como funcionário público, organizou o histórico Salão de Natureza Morta do SAPS (Serviço de Alimentação da Previdência Social), órgão criado pelo médico e geógrafo pernambucano Josué de Castro que sediou o primeiro restaurante popular do país. Já no Ministério da Educação, em plena ditadura militar, levou obras de artistas como Djanira, Inimá de Paiva e Di Cavalcanti para cidades do interior do Rio ao organizar as Exposições Itinerantes.

Sua última exposição "Percurso", no Paço Imperial, em 2019, com curadoria de Luiz Chrysóstomo de Oliveira Filho, fazia um mergulho na obsessão do artista pelo número 5, conciliador de retas e curvas, linhas e espaços. "A matemática que existe no meu trabalho é música, vem da composição sensível de cores e formas. Minha pintura é extremamente musical", afirmou Paiva Brasil em entrevista à jornalista Daniela Name, para O GLOBO, na ocasião.

Fonte: O Globo