Vara de Tóxicos aceita denúncia contra 36 pessoas envolvidas com o tráfico e lavagem de dinheiro

Porto Velho, RO - O juízo da 1ª. Vara de Tóxicos da Comarca de Porto Velho aceitou denúncia contra 36 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa esquema que atuava no envio de carregamento de drogas de Rondônia para a cidade de Fortaleza/CE, assim como núcleo voltado à lavagem de capital proveniente do tráfico sediado em Porto Velho/RO.

Os acusados são: ADALBERTO FERREIRA DA SILVA JUNIOR, JOAO BATISTA FANDINHO LIMA, ALEXANDRE NASCIMENTO XIMENES, RENAN ROCHA DA SILVA, JORDAN ARRUDA PEREIRA BONFIM, ANA JULIA BATISTA DE QUEIROZ, ALINE DOS SANTOS RIBEIRO, WANDERSON LENS RODRIGUES, DIEGO BELCHOR DE CARVALHO, FERNANDA ALEXANDRE PONTES, ANDERSON DUARTE MEIRA, GIOVANA CAROLINA SILVA NARCISO, WADDYTON ROGGER FONTENELLE SILVA,MARCELO GUIMARAES CORTEZ LEITE, ALESSANDRO MICHALSKI DA SILVA, NILTON FINZE DE JESUS, BRUNO ALMEIDA MESQUITA, DAVID MEIRELES DE FREITAS PONTE,RAIMUNDO MARTINS DA MOTA FILHO, NEYMA OLIVEIRA SERRATH, RUFINO CRISPIM FERREIRA FILHO, RAIAN OLIVEIRA DE CASTRO, MARIA FERNANDA ABATI, FRANCISCO VALNEZIO BEZERRA PINHEIRO JUNIOR, EDEZIO ALVES DE JESUS FILHO, JULIANA BATISTA ALVES, RALF SALE SILVA LOEBLEN, BRUNO MATHEUS DE CASTRO BELEM DIANA, JANIVALDO ORTIZ CHAVES, ADÃO FERREIRA SALES, EMERSON PADILHA BENTES, CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, WELBERTE VITOR COELHO FERREIRA, VANDERLEA BARBOSA LACERDA e CIRO AFONSO SERRATI SORIA. 

Segundo a Polícia, a organização foi desarticulada na operação Aysha/Alcance, realizada em 1º. De setembro do ano passado, com a participação de aproximadamente 200 policiais federais para o cumprimento de 102 mandados judiciais, sendo 42 de prisão preventiva e 60 de busca e apreensão. Vários acusados tiveram bloqueio de valores bancários, e os mandados cumpridos em seis cidades diferentes, sendo Porto Velho/RO, Cacoal/RO, Guajará-Mirim/RO, Fortaleza/CE, Boa Vista/RR e Santa Luzia/MG.

As investigações foram iniciadas em agosto de 2020, com a finalidade de identificar a participação dos integrantes da organização criminosa (ORCRIM) sediada em Porto Velho e liderada por indivíduo foragido, condenado em 2015 a aproximadamente 40 anos de prisão por tráfico, associação e lavagem de dinheiro.

Durante as investigações, constatou-se que os integrantes do grupo criminoso atuavam em duas frentes: um núcleo responsável na remessa de droga em carretas para o Estado do Ceará e outro na ocultação do patrimônio. Após o cumprimento do mandado de prisão do líder da ORCRIM em novembro de 2020 quando usava documento falso, descobriu-se a magnitude das transações.

Sete remessas de drogas foram apreendidas totalizando cerca de uma tonelada de cocaína. O dinheiro da droga era recebido de forma dissimulada em contas bancárias de interpostas pessoas e empresas, sendo que estas recebiam aproximadamente 3% do valor movimentado. Além das inúmeras identificadas, em uma delas a ORCRIM chegou a receber R$1,5 milhão no interstício de 15 dias.

Há empresa com movimentação financeira de aproximadamente R$ 85 milhões em 2020 sem sequer possuir sede física. Parte do patrimônio estava sendo ocultado por meio de postos de gasolinas, empresas, garagem de veículos, sítios, jet-ski e imóveis de luxo.

Os presos, após serem ouvidos pela Polícia Federal, serão encaminhados para o sistema prisional, onde responderão pelos crimes de tráfico interestadual de drogas, organização criminosa, bem como lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a mais de 40 anos de prisão.

Adalberto Ferreira da Silva Junior é apontado pelas investigações como o líder do grupo. Entre 2019 e 2020, uma das mulheres acusadas do bando, recebeu em sua conta bancária, mais de R$ 725 mil, provavelmente, oriundos da lavagem do dinheiro da quadrilha, com a venda de drogas.