Equipe inclui Manuel Borja-Villel, diretor do museu Reina Sofia, e os brasileiros Diane Lima e Hélio Menezes
Porto Velho, RO - A Fundação Bienal anunciou nesta segunda-feira (7) a equipe curatorial da 35ª edição do evento, em 2023. Seguindo experiências com projetos horizontais, sem a figura de um curador-chefe, como aconteceu em 1989, 2010 e 2014, a próxima Bienal de São Paulo ficará a cargo da artista e escritora portuguesa Grada Kilomba; o espanhol Manuel Borja-Villel, diretor do Museu Reina Sofía, de Madri; e dois brasileiros, a curadora independente Diane Lima e o crítico e pesquisador Hélio Menezes. O tema, já definido, será “Coreografias do impossível”.
Reeleito no final de 2021 para um segundo mandato na presidência da Fundação, o banqueiro e colecionador José Olympio da Veiga Pereira conta que a configuração da equipe surgiu da união de duas propostas distintas:
— Dois grupos de curadores decidiram se unir e apresentar um só projeto, que foi justamente o que mais nos agradou. O fato de ser um time com experiências e talentos que se complementam também nos ajudou na decisão.
A formação da nova equipe vai ao encontro de demandas por mais diversidade na curadoria da Bienal — à época do anúncio do último curador, o italiano Jacopo Crivelli Visconti, que trabalhou com outros quatro profissionais, essa foi uma das principais críticas à escolha. Veiga Pereira afirma que este não foi um critério impositivo para a decisão, mas a pluralidade do perfil dos curadores foi bem-vinda.
— A diversidade é o tema dos nossos tempos, e essas demandas serão cada vez mais fortes. Foi uma coincidência feliz ter um grupo com uma mistura de gêneros, nacionalidades e de experiências distintas, e com a proposta que consideramos a mais impactante — diz Veiga Pereira. — Certamente em 2023 teremos uma seleção de obras que tragam os ecos destas questões pelo mundo, como já havia acontecido na 34ª edição.
O presidente da Fundação quer manter experiências bem-sucedidas da edição do ano passado, como a realização de exposições complementares à coletiva principal, montada no Pavilhão do Ibirapuera, e o investimento nas redes sociais, iniciativa adotada pela organização diante do adiamento de um ano causado pela pandemia.
— Fico curioso para ver como a arte responderá a questões deste momento, como a invasão russa à Ucrânia e a própria pandemia, que ainda não elaboramos completamente. Temas como o racismo e a misoginia, infelizmente ainda atuais, também deverão estar em evidência.
Fonte: O Globo
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