A Polícia Federal deflagra operação que investiga o crime de redução a condição análoga à de escravo
Porto Velho, RO - A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (08), a
“OPERAÇÃO CAPATAZ” com o objetivo de desarticular associação criminosa dedicada
ao aliciamento de trabalhadores da região nordeste para prestarem serviços no
Estado de Rondônia e Mato Grosso.
A Justiça Federal de Juína-MT expediu 02 (dois) mandados de
busca e apreensão a serem cumpridos na cidade de Jaru/RO, local de residência
dos empregadores acusados de reterem a documentação de pessoas contratadas para
trabalharem na construção civil com suposta justificativa de necessitarem para
a compra de passagens de retorno das vítimas para suas cidades de origem.
A investigação foi iniciada após relatos de uma vítima que
conseguiu fugir às pressas do local onde era mantida pelos empregadores após a
retenção de seus documentos, sendo submetida a condições degradantes de
trabalho com restrição ao seu direito à locomoção.
Segundo as investigações, trabalhadores teriam sido
submetidos ao trabalho por meses consecutivos sem qualquer tipo de remuneração,
além de não terem condições mínimas de trabalho, dormindo no chão e sem
fornecimento adequado de alimentação diária.
Os investigados poderão responder por crimes de reduzir
alguém a condição análoga à escravidão (Art. 149 do CP), tráfico de pessoas
(Art. 149-A, II do CP), dentre outros, podendo a pena ultrapassar 16 anos de
prisão.
O nome da operação " CAPATAZ " se deu referência
ao termo utilizado para indicar o chefe de um grupo de trabalhadores,
especialmente daqueles que realizam trabalhos braçais como na construção civil.
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